Bola de Couro
Ontem o Coritiba obteve uma vitória que o placar por si só mostra como indiscutível. Fomos ajudados pela má atuação do goleiro adversário, é certo, mas isso não é a justificativa para o resultado, uma vez que arqueiros só falham contra times que chutam em gol e não dá para afastar que o adversário jogou relativamente bem.
Depois do jogo acessei as redes sociais e li alguns comentários dizendo que a vitória fora importante, mas não poderia servir de parâmetro para avaliação das possibilidades do time no campeonato nacional, pois o adversário seria um time fraco, recém vindo da segunda divisão.
Não penso assim, e vou a um argumento com fatos.
No ano passado perdemos em casa para o Vitória e para a Chapecoense e empatamos com o Figueirense, perdemos fora para o América-MG, tido como o time mais fraco do campeonato, e sofremos para vencer o Santa Cruz em casa. Destes, somente a Chapecoense não tinha vindo da segunda divisão e os demais retornaram para a divisão de acesso. Cabe lembrar ainda que em 2011, na primeira rodada do campeonato, esse mesmo Atlético-GO nos venceu em pleno Couto Pereira.
Então, não é bem assim. A vitória de ontem pode sim servir como parâmetro para avaliar as possibilidades do time, mesmo considerando que o adversário não é clube de ponta e facilitou um pouco através do seu goleiro. Houvéssemos perdido, ainda que de forma injusta, não estariam alguns torcedores a proclamar o resultado como indicativo de pouca esperança?
Parece-me que devemos confiar, embora se possa dizer que ainda é cedo e o futebol é dinâmico. Algumas deficiências devem ser sanadas, tais como a contratação de um zagueiro que chegue com cacife para disputar a titularidade em lugar do Juninho (ontem foi anunciada a contração de um lateral esquerdo, suprindo a posição até agora sem reserva), mas o elenco na média é bom. Três até agora se destacam em patamar muito acima dos demais, Wilson, Kléber e Anderson, enquanto outros são bons e confiáveis – Werley, Wallisson Maia, Alan Santos (quando joga sério) Galdezani Neto Berola, Alecsandro, Iago e Henrique Almeida – parte deles com potencial para chegar na categoria de destaques. No mais, temos algumas apostas, como no caso de Tomas, Getersson, Jonas e dos jovens vindos da base e ainda não vistos. Mas também temos alguns nomes que no máximo servem para compor o grupo como é o caso do Edinho e Thiago Real, por exemplo, e outros que nem para isso como já mostraram o Fabrício e o João Paulo. Sempre é um risco para o cronista relacionar nomes e conceitos e certamente os leitores, assim como é com todos os torcedores, poderão ter outras visões.
Enfim amigos, nenhum time tem elenco onde todos sejam bons jogadores. O importante é que no cotejo entre excelentes, bons e confiáveis, de um lado, apostas no meio e meros componentes do grupo e inservíveis de outro, no Coritiba atual a balança parece pender para o primeiro grupo, o que nos dá esperança de um ano melhor do que os últimos.
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A propósito da negociação do Juninho é de se perguntar: o que o Beletti está fazendo no Coritiba? Veio para abrir o mercado no exterior e não conseguiu colocar o jovem em um clube que pudesse pagar muito mais? Tem um salário invejável e o que mostrou até agora senão discursos que pensa bonitos e que podem iludir, nos tomando por provincianos? Essa história de sua atuação na busca por um investidor para construir um novo estádio parece matéria plantada, de autopromoção. Alguém acredita que os belos olhos do Beletti irão encantar algum grande investidor?
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