Bola de Couro
Mais uma vez, infelizmente, tenho que escrever sobre derrota do Coritiba e, o que é pior, sobre a falta de perspectiva de recuperação diante de um elenco fraco, técnico igualmente e diretoria omissa no tocante ao futebol, a razão de ser do clube.
Sim, o elenco do Coritiba é fraco. Mais fácil do que apontar os jogadores que são efetivamente qualificados e merecem usar da nossa camisa e podem nos dar alguma esperança é indicar os “bondes”, e aqui os amigos leitores poderão me contestar se não concordarem com algum que relacionei, mas muito mais contestarão por alguém que eu tenha deixado de fora. Mas daí talvez o espaço da coluna não fosse suficiente. Assim, procurando não fazer injustiça com aqueles que jogam mal por contaminados pela maioria do elenco, ou que ainda merecem melhor observação – caso do Dodô, por exemplo – penso que há unanimidade, senão aceitação de maioria bem expressiva, quanto a alguns.
Começo pelo João Paulo, cuja escalação permanente é um mistério (e ele ainda nem nos ajuda dificilmente sofrendo lesão ou suspensão). Não desarma bem, não protege a zaga, não sabe dar um passe para companheiro mesmo que bem próximo, perde bolas em lances fatais como ocorreu contra o Flamengo, não sabe cobrar escanteios, não sabe cobrar faltas embora saiba cometê-las. Prossigo, no mesmo setor do time, com o Edinho, jogador tosco e pesado. Alan Santos, talvez melhor do que aqueles, mas seguidamente incorpora pensamento de que seria craque procurando jogadas de efeito que a nada levam. Kazin parece que é mais marketing pessoal do que bom jogador. Para por aqui. A lista é grande e poderia continuar com os nomes do Felipe Amorim, do Vinicius, do Fábio Braga e de tantos outros, mas continuar a indica-los consumiria todo o meu espaço.
Prossigo pelo nosso treinador. Não sou dos que sistematicamente têm como primeiro culpado pela má campanha do time o treinador, ainda mais se contar ele com elenco tecnicamente carente. Mas, como todo o respeito ao passado do Pachequinho como jogador (mesmo que não tenha obtido nenhum título pelo Coritiba), penso que ele ainda está no estágio de aprendiz e não tem estofo para dirigir time da primeira divisão brasileira, e talvez nem da segunda. Tem muito que aprender.
Poderia falar da ineficiência do Pachequinho a partir dos gritantes erros de substituição, mas vou a um exemplo que prova que os fatos são os melhores argumentos. Nas nossas últimas quatro derrotas (Atlético MG, América, Flamengo e Vitória), o adversário alcançou o resultado na segunda etapa do jogo, duas delas em mais umas das tantas viradas de placar que sofremos. Isso mostra que, enquanto o treinador do adversário viu os nossos erros e ajustou o seu time para a continuação da partida, o nosso não soube ver o que ocorria, e se viu não soube adequar a forma de jogar do time. Precisa dizer mais?
Esta constatação dispensa outros argumentos, mas não custa observar ainda que o futebol paranaense vive quase que só da rivalidade entre os dois grandes da capital e as comparações são inafastáveis. Neste quesito estamos perdendo feio, pois enquanto o rival conta com um técnico consagrado e que está mostrando bom serviço, nós estamos sendo dirigidos por um simples aprendiz de treinador. A comparação torna mais gritante a diferença da realidade.
E ainda, para coroar os constantes desastres, contamos com uma diretoria silenciosa e que parece omissa, entregando a administração do futebol totalmente para empregados que mais têm comprometimento com os seus salários do que com o clube. O presidente Bacellar não fala, o vice Macedo quando o faz é para nos desanimar (mas quem sabe está sendo realista?) e um outro vice parece que ainda não conhece todas as dependências do Couto (desafio os leitores a dizer de pronto o seu nome). Deste rol eu só afastaria da responsabilidade, no momento, o vice Alceni que está com atividade direcionada para um provável novo estádio, o que é tarefa de muita responsabilidade, pois diretamente ligada ao futuro do clube, para o bem ou para o mal. Mas e os demais, onde estão, o que fazem, o que poderão fazer? Ninguém fala.
Sem elenco, sem treinador e com diretoria omissa nosso futuro é desalentador.
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