Bola de Couro
Eu deveria estar falando do atletiba, sobre a expectativa quanto a como atuará o nosso inconfiável time contra a forte equipe do rival e a esperança de superação pelos nossos atletas para que uma vitória aconteça.
Mas não, amigos. Nos últimos dias não consigo deixar de pensar nos acontecimentos referentes à denominada máfia das apostas.
Jogadores se corrompendo para prejudicar o próprio time, recebendo cartões amarelos ou vermelhos, ou ainda cometendo pênaltis propositalmente, mediante paga de recompensa para favorecer apostadores dos diversos sites que exploram a atividade.
Temos sido feitos de tolos, amigos? Enquanto torcemos, pagamos anuidade de sócio, compramos produtos do nosso clube, vamos ao estádio, vibramos nos alegrando ou sofrendo, uns criminosos (essa é a palavra) enodoam o que ainda resta do romantismo e da beleza do futebol.
Jogador citado no esquema não é condenado, nem réu e nem investigado, e por isso deve ter em seu favor o benefício da dúvida e da presunção de inocência. Mas há suspeitas e indícios quanto a alguns e se trata de investigação comandado pelo Ministério Público.
Ontem foi noticiado que há um depósito na conta bancária do Tony Anderson, feito pela esposa de um apostador suspeito de ser organizador do esquema. Na data do depósito ocorreu o atletiba onde o rival venceu em razão de uma falha grotesca do Tonny Anderson e o Jesus Trindade recebeu cartão amarelo. No campeonato passado, em jogo contra o Internacional, Tonny Anderson foi expulso, recebendo cartão vermelho direto, cometendo falta violenta e totalmente desnecessária, dez minutos após ter entrado em campo.
Tenho medo de estar sendo paranoico, mas ao lembrar de certos fatos estranhos em jogos quase fico. Diante dessas notícias não há como ficar e se perguntar em quantos jogos assim ocorreu e o quanto essas atitudes concorreram para o resultado? Jogadores que recebem cartões amarelos a todo instante teriam merecido a punição por destemperados ou violentos, ou por terem sido aliciados? Paranoia? Pode ser, mas como dizem os castelhanos, “no creo em brujas, mas que las hay, las hay”.
Triste isso, abala a beleza e o romantismo que ainda resta no futebol, mesmo que se saiba que a maioria dos atletas não compactua com esse proceder.
O Athletico ontem rescindiu o contrato com dois dos seus atletas que por enquanto são apenas citados. Acredito não teria tal atitude se não tivesse conhecimento de fatos que não vieram a público. Suponho que o Coritiba deve estar fazendo uma investigação interna.
Sinto-me enojado ao receber essas notícias. Reafirmo que são poucos os atletas que assim procederam e que os citados tem em seu favor o benefício da dúvida e da presunção de inocência. Mas o que apareceu até agora é suficiente para desiludir.
Aguardemos os passos das investigações do MP. Que os inocentes sejam assim declarados e que os que participaram do esquema sejam punidos, inclusive com banimento do futebol.
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