Bola de Couro
A boa. Dívida.
Consta que a dívida do Coritiba, que em 2015 era de R$ 217.534.000,00, foi reduzida em 2016 para R$ 202.444.000,00. É uma dívida muito alta – ainda mais considerando que em 2007 era de R$ 51.828.000,00, ou seja, em dez anos praticamente quadriplicou embora a inflação acumulada do mesmo período tenha sido de pouco mais de 100% – mas no cotejo do último exercício com o penúltimo foi um avanço importante. De um lado porque em dez anos foi a primeira vez que a dívida diminuiu entre um exercício e outro. E de outro porque não se pode esquecer que no ano passado tivemos uma inflação de aproximadamente 7% e que o clube teria pago R$ 23.000,00 de juros no mercado, o que ajuda a entender que a redução da dívida foi interessante.
Mesmo que se saiba que a grande maioria dos clubes de futebol do Brasil têm dívidas significativas, sem dúvida os números são preocupantes. Mas pelo menos a redução traz algum alento se a partir de agora a direção procurar paulatina recuperação.
Para isso, dentre outras providências relacionadas a passivos trabalhistas e juros da dívida, o Coritiba precisa ser mais atentos em seus negócios.
Vejam-se os exemplos da negociação do Kazin com o Corinthians e do Raphael Veiga com o Palmeiras. O primeiro ainda nos pagou e parece ignorar olimpicamente a cobrança pública do Coritiba, talvez esperando que fragilizados aceitemos qualquer troco mediante a cessão de jogadores inaproveitáveis. E o segundo está nos concedendo um “crédito” um tanto estranho (veja aqui). Mas inquietante é saber, se confirmada a informação que recebi - e a fonte é confiável - que pela negociação do Leandro Almeida o Palmeiras nos teria pago algum valor e o restante mediante a cessão de Leandro, Amaral e Vinicius, mas com a operação o Coritiba é que teria ficado devendo uma compensação que agora os esmeraldinos querem abater da negociação do Raphael Veiga.
A preocupante. Técnico.
Comenta-se que o Coritiba estaria negociando com o Pachequinho para efetivá-lo como técnico e a negociação estaria em andamento já que o atual auxiliar e o clube não ainda não teriam chegado a um denominador comum.
A notícia não é boa. O Pachequinho talvez um dia possa se tornar um técnico à altura de um time integrante da primeira divisão do futebol brasileiro, mas ainda não está pronto. Teria que passar por alguns clubes de menor expressão e mostrar serviço, para então querer e poder galgar degraus mais altos.
O Coritiba não pode ser laboratório para fazer experiência com profissional que nem sequer treinou times de segunda ou terceira divisão. Além do mais, e já escrevi a respeito, essa história de técnico escolhido a pedido de jogadores por ser muito amigo deles não dá certo. Técnico, para ter comando do plantel, não precisa ser autoritário, sem dúvida, mas deve ter autoridade e liderança.
Alguns dirão que vários técnicos desconhecidos já deram certo no futebol brasileiro. Sim, mas não que não tenham antes mostrado serviço em clube de divisão inferior. Tite, hoje o mais festejado técnico do Brasil, antes de comandar o Grêmio passou por Caxias e São Caetano. Mano Menezes passou pelo Guarany da cidade de Venâncio Aires, Caxias e o nosso Iraty. Marcelo Oliveira passou pelo Ipatinga e Paraná. Todos mostraram serviço em clubes do tamanho que tinham até então como treinadores. É bem diferente de lançar, como pretende o Coritiba, um ex-jogador que nunca passou de auxiliar técnico, para comandar o nosso futebol, há anos sem dar alegrias. Claro que não podemos nos dar ao luxo de contratar um técnico de primeira linha, que cobraria centenas de milhares de reais ao mês, mas uma das funções do departamento de futebol deveria ser a de olhar e buscar emergentes, aí sim uma aposta e não uma aventura.
Jogos.
Cobraram-me alguns por não estar analisando os jogos do Coritiba. A explicação é simples, em razão da não exibição pela TV não tenho assistido aos jogos – vi "in loco" somente contra o PSTC mas em razão de compromissos perdi o “timing” para comentar - e não entendo adequado fazer análises só pelo que leio ou ouço.
De qualquer modo, a boa vitória em Cascavel no último domingo foi uma boa notícia. Vencer fora de casa e com placar folgadíssimo permite deduzir que o time foi muito bem. Escaldado com o que o time já apresentou neste ano, aguardemos confirmação de progresso, com esperança e otimismo, mas com um olho no peixe e outro no gato.
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