Bola de Couro
Até a última sexta-feira, dia 03, a torcida coritibana se mostrava apreensiva e inconformada com os reiterados anúncios de tratativas para a denominada Arena atletiba, iniciativa do todo poderoso presidente do clube rival que parecia estar encantando alguns dos nossos dirigentes.
Muito se debateu sobre isso nos meios de comunicação e nas redes sociais, recebendo-se notícias contraditórias, ora sobre o avanço nas negociações, ora sobre recuo, assim como sobre demolição do Couto Pereira sem que projeto de novo estádio em seu lugar fosse mostrado para a torcida no mesmo momento, já que há alguns meses vários foram apresentados e não se sabe ainda qual a opção caso vingue a ideia de construção ou reconstrução.
No mesmo dia mandou-me mensagem um dos vice-presidentes do Coritiba, dando conta de que na verdade o pedido de licença junto à Prefeitura Municipal inclui um projeto para construção de novo estádio (não disse qual deles) ao contrário do que fora noticiado, e que antes de a Prefeitura Municipal definir sobre a mobilidade urbana do local, não há como avançar. Nada disse sobre abandonar a ideia da arena conjunta, mas nas entrelinhas da mensagem percebi que seria assim.
E no dia seguinte, sábado, certamente observando a inquietação da torcida, a direção do Coritiba emitiu nota oficial desmentindo, de modo categórico, a possibilidade de aceitar a parceria com o estádio do rival e ao mesmo tempo dando conta de que a meta é o aproveitamento do Couto Pereira para “partidas de futebol, atividade fim do estádio, ou outros espetáculos como alternativas de geração de receita”.
Louvável a atitude, tanto no seu mérito, que atende à história e conceito do clube, como por observar as aspirações da quase totalidade da torcida. E foram muito importantes as manifestações da torcida, seja em contatos pessoais com dirigentes, seja nas redes sociais e meios de comunicação, ou em blogs que tratam de temas coritibanos. A torcida foi fundamental para a decisão, não tenho dúvida.
Sem dúvida essa decisão não foi tomada de sexta-feira para sábado, tendo sido objeto de ponderação anterior, de modo que, mesmo com o alívio e satisfação que a notícia trouxe, é de lamentar apenas que não fosse levada a público antes, poupando todos de desgastes e preocupações.
Mas enfim, o que importa é que a direção do clube tomou uma decisão à altura da nossa tradição, história e personalidade, o que devemos louvar. Em meio a tantas notícias ruins e fracassos na área do futebol propriamente dito, a notícia é muito positiva.
Desde que as primeiras notícias a respeito vieram a público me tornei um entusiasta da ideia e remeto os amigos leitores à série de colunas que escrevi sobre o novo estádio e o fundo de investimento previsto para a sua construção. Claro que a iniciativa deve ser gestada e executada com os pés no chão, passo a passo e com absoluta segurança. Nada de aventuras.
Aguardemos, então, as iniciativas para a construção ou reconstrução de um novo Couto Pereira.
Ah, mas sem esquecer do futebol, razão e essência do clube, cuja administração deve ser reestudada e merecer prioridade pois há tempo está deixando muito a desejar.
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