Bola de Couro
A direção do Coritiba apresentou aos membros do seu Conselho Deliberativo seis projetos para a construção de um novo estádio Couto Pereira. Três deles seriam no próprio Alto da Glória - com demolição do atual estádio e construção de outro – dois no local do extinto Pinheirão e outro na Cidade Industrial. Foi concedido o prazo de sessenta dias para que os conselheiros decidam sobre qual entendem o melhor projeto e o melhor negócio para o Coritiba.
Não foram dados ao público muitos detalhes sobre o empreendimento, mas ao que se sabe as opções de construção no local do Pinheirão e na cidade industrial levariam a que o atual Couto Pereira fosse vendido ou entrasse no negócio. Referiu o vice-presidente Alceni Guerra, que está à frente do projeto, que a construção seria feita através de um fundo imobiliário onde os investidores ficariam com 49% do investimento e o Coritiba com 51%. Parece que também se fala em utilização de potencial construtivo, com pleito junto à Prefeitura para mudar o zoneamento urbano do Alto da Glória de modo a que torres possam ser erguidas no local. Há quem diga que os empreendedores interessados seriam empresas e pessoas de alto calibre financeiro, o que parece lógico e óbvio. Enfim, desta vez há algo concreto mesmo em relação à nova casa do Coritiba, tudo mostrando que dificilmente um dos projetos deixará de ser acolhido.
A partir de tais notícias tenho lido e ouvido opiniões as mais diversificadas possíveis, alguns vibrando com a ideia de um novo estádio seja onde for, outros concordando mas não querendo que deixemos o Alto da Glória, alguns recebendo a notícia com ceticismo ou moderação e outros sustentando que não seria a hora de pensar no empreendimento quando estamos – há muito – mal no futebol, no qual deveria o clube investir mais.
Todas as opiniões são respeitáveis, e é até saudável que não haja consenso em um primeiro momento, pois a divergência pode levar a que a torcida seja mais bem esclarecida e também seja ouvida sobre o que quer para o seu clube do coração. O prazo concedido aos conselheiros pode servir também para que nós - simples torcedores, mas a razão de ser do clube – possamos ficar convencidos de uma ou outra opção, ou convencer a direção sobre o que pensamos.
O espaço de uma coluna não é suficiente para analisar todos os aspectos do palpitante assunto, até porque ainda não temos claras todas as informações, mas posso desde já afirmar um convencimento meu.
Quero um time melhor. Quem não quer? Mas nem por isso quero deixar de ter um novo estádio, fundamental para que o Coritiba cresça e retome o seu protagonismo no futebol paranaense e brasileiro. E a médio e longo prazo, como espero mostrar na próxima coluna, um novo estádio traz forte potencial para que o clube se reerga e em consequência tenha times altamente competitivos, exemplos estão aí. Sobre qual seria a melhor opção dentre as apresentadas,ainda vou refletir, aguardando melhores notícias.
O atual Couto Pereira foi construído aos poucos, mas a estrutura de hoje é praticamente a mesma da década de 1970, ou seja, é um estádio quase cinquentenário. Curitiba cresceu muito desde então. Tinha aproximadamente seiscentos (600.000) mil habitantes naquela época e hoje tem população estimada em dois milhões (2.000.000) de pessoas, sem contar a sua região metropolitana que soma atualmente mais de três milhões e meio (3.500.000). A mesma região metropolitana contém 27% da população do Paraná, mas a sua economia corresponde a 41% da do Estado. O PIB da região em 2012 foi de cento e cinco bilhões de reais (105.000.000.000) e o per capita de mais de vinte e dois milhões (R$ 22.793.000,00). Considerando somente Curitiba, sem contar a sua região metropolitana, vemos que a cidade ocupa o 5º lugar no ranking dos municípios com maior participação no PIB do país (IBGE 2013). A economia de Curitiba tem crescido a taxas superiores à media nacional. Nos últimos anos o Produto Interno Bruto (PIB) da cidade registrou um crescimento superior a 37%, saltando de R$ 58,0 bilhões, em 2010, para R$ 79,4 bilhões, em 2013. A sua população não foi a que mais cresceu nos últimos vinte anos – embora tenha sido uma das mais – mas a sua economia sim. Curitiba não é mais a capital do futuro. É o futuro.
E nós não vamos acompanhar esse futuro, já presente, deixando que outros o façam?
Voltarei a outros aspectos do tema dentro de alguns dias, talvez melhor informado.
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