Bola de Couro
Apesar da vitória, a apresentação do Coritiba na noite de ontem contra o Criciúma foi de desanimar o mais ferrenho e apaixonado torcedor.
Vencemos, foram três pontos importantes sem dúvida, mas a vitória veio mais pelo acaso que às vezes rege o futebol do que por merecimento.
Chutamos apenas três bolas contra o gol do adversário durante todo o jogo, duas com muita eficiência de modo a resultar em gols, mas em contrapartida o adversário comandou quase todo o jogo e teve inúmeras chances de gols, só não consumadas pela atuação do Wilson, o que já está se tornando rotina e escancara a má qualidade do restante do time.
Um alienígena que aportasse no Couto Pereira ontem, e que tivesse algum conhecimento de futebol, mas nada soubesse sobre as equipes em campo, certamente teria concluído que o time amarelo é que seria o dono da casa e o clube com história – remota – de glórias, enquanto o outro, o de verde e branco, seria um clube/time de menor expressão, que obteve um bom resultado mais pela ajuda do destino do que por merecimento.
A apresentação de ontem foi preocupante, para não dizer assustadora. Afora o Wilson e o surpreendente Vinícius Kiss – além do mérito dos dois goleadores, que não fossem os gols estariam no mesmo balaio – o que se viu em campo foi um grupo de jogadores muito fracos, inábeis, e sem sintonia ou jogadas que se pudessem dizer como pelo menos treinadas.
A nossa zaga é muito fraca, o primeiro gol do Criciúma mostrou que nem mesmo se colocar sabe, tamanha a liberdade com que o atacante adversário recebeu e dominou a bola (quem não viu procure os melhores lances na internet e no momento do gol congele a imagem para constatar que entre os dois zagueiro nossos e o adversário havia um espaço de pelo menos dois metros).
A meia cancha não cria e marca mal, e o ataque praticamente não existe. Bruno Moraes foi apenas um espectador privilegiado que pôde acompanhar o jogo de dentro de campo e nada mais. No único lance em que poderia receber a bola em condições de chutar em gol, preferiu se abaixar e deixar que ela chegasse a um companheiro que não tinha o melhor ângulo para chutar.
E não se diga que ontem foi uma jornada infeliz isolada. Não, contra o Sampaio Correa estivemos abaixo da crítica, sem criar nenhuma chance de gol e escapando de sofrer um placar maior, enquanto que contra o Atlético-GO conquistamos a vitória a muito custo, em que pese o adversário, com boa parte do jogo com dez em campo, tivesse criado e pedido inúmeras oportunidades de gol.
Pois bem, indo dormir ontem com a sensação de desânimo e preocupação com o futuro do Coritiba, hoje pela manhã recebo email do clube – dirigido a todos os associados – pedindo que avaliasse cada jogador individualmente pela apresentação de ontem. Porém, e isso é sinal de que a direção não está bem situada da fraqueza do elenco, a nota mínima aceitável pela pesquisa teria que ser cinco (5)! Isso é um bom retrato da fantasia e com que vivem os dirigentes. O que mais dizer?
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