Bola de Couro
Que coisa horrível assistir ao atletiba de ontem. Jogo de um nível técnico indigno talvez até da série B. E nesse contexto o Coritiba conseguiu ser o “mais pior”, jogando a mais decepcionante partida do ano.
Jogadores cuja insuficiência técnica é por todos conhecida muitas vezes podem compensar esse qualificativo com muita superação. Mas nem isso se viu. Desinteresse e malemolência foi o que mais se observou por parte desse desqualificado plantel. Incontáveis o número de vezes em que a disputa da bola passava pelo que se chama de “dividida” e os nossos perdiam a disputa.
Ninguém foi bem, um ou outro foi “menos pior” (Natanael e Sabino). Galdezani parecendo ter medo da bola, quer dela se livrar e “não está nem aí” para o jogo. Willian Matheus, que vinha sendo destaque, foi um desastre. A meia cancha, que tinha se saído bem em Goiás, nada produziu. No ataque – que ataque? – Sassá praticamente perdido, Robson um pouco mais lutador, mas sem dúvida abaixo das necessidades do time e o Igor Jesus, a eterna promessa que não se firma, conseguiu acompanhar a rotina do time de ter um jogador expulso em quase todos os jogos.
Não sei mais o que dizer, e logo vou pular para a parte do texto em que justificarei o título da coluna. Antes, quero registrar que a tarefa do Jorginho é muito árdua. Com o time perdido em campo ele olhou para o banco e o que viu? Yan Sasse e Luiz Henrique! Não deve ser fácil.
Bem, mas vamos ao tema do título do texto.
Alegadamente em razão da pandemia, alguns próceres coritibanos estão se movimentando no sentido de autorizar a prorrogação do mandato da atual fracassada gestão até o final do campeonato, o que se dará somente no mês de fevereiro de 2021. Sustentam, em síntese, que uma modificação da direção em meio à disputa poderá ser danosa ao clube. Logo em seguida apareceram outros pretendendo que a eleição, estatutariamente prevista para a primeira quinzena de dezembro, seja também adiada.
O único candidato até agora anunciado efetivamente, o Renato Follador, disse concordar com a prorrogação do mandato, mas não com o adiamento da eleição.
Pois eu, depois de refletir, e talvez influenciado pelo humilhante revés de ontem, admito, vou me posicionar contra, apontado dois fatores que em outra ocasião posso estender.
Primeiro, o prejuízo da assunção de outro grupo em meio ao campeonato inexiste. É possível, pelo contrário, que outra visão assumindo ainda consiga salvar algo. Usando a filosofia do palhaço/político Tiririca, pior do que está não fica. Não vejo sentido nisso. Será que os pré-candidatos estão aceitando a proposta pois não querem assumir encontrando o clube em vias de ser rebaixado e pouco podendo fazer e os seus nomes ficando registrados como os que fracassaram?
Depois, não vejo razão para, se a decisão for pela prorrogação do mandato, a eleição ser adiada. Em que a eleição e o seu resultado poderiam atingir o mandato prorrogado? Parece-me que só positivamente, pois se os atuais dirigentes souberem se portar como estadistas, desde o resultado poderão começar uma transição pacífica e transparente, deixando os eleitos cientes de todos os aspectos da administração.
Aliás, mas isso vou deixar para outro texto, já estou me estendendo demais, se é possível encontrar na Lei nº 14.030/20 supedâneo para a prorrogação dos mandatos, não há no diploma legal qualquer norma que permita reformar o estatuto – para o efeito de adiar as eleições ou qualquer outro – sem que seja através de assembleia geral com a convocação de todos os associados, mesmo que com participação virtual conforme agora legalmente autorizado.
Ah, e esse relógio do site que parece não andar...
A opinião dos colunistas não refletem, necessariamente, a opinião do site.
Cada colunista tem sua liberdade de expressão garantida e assinou um termo de uso desse espaço.
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)