Bola de Couro
A torcida do Coritiba está eufórica com o clube e o time. Com razão, pois depois de pífias campanhas nos últimos campeonatos brasileiros e perda de títulos estaduais – o último nem a ele podendo acenar – passou a ver o time liderando o campeonato da série B, com apresentações satisfatórias, e um profícuo trabalho da diretoria na obtenção de incremento do quadro social e de bons patrocínios, o que em muito ajuda a equilibrar um pouco as tão combalidas finanças do clube.
Confesso que também fui tomado de euforia com os últimos fatos, em especial a vitória contra o Brusque e a notícia do aumento do quadro social. Mas isso ainda no calor dos fatos, pois amainados estes voltei a ser um pouco racional (se é que dá pra exigir racionalidade de torcedor apaixonado). Confiante e animado, claro, mas cauteloso.
Digo isso porque convém lembrar que no futebol não há certezas e mesmo os clubes mais fortes muitas vezes “escorregam” e surpreendem com más campanhas. Às vezes o imponderável entra em campo e não há como vencê-lo. Vamos manter os pés no chão, cientes de que percorremos apenas a metade do caminho, nada está ganho e estatísticas de probabilidades são animadoras, mas precisam ser confirmadas com resultados.
Como dizia o sábio mestre Ênio Andrade, campeão em 1985, a cada vitória e avanço que o Coritiba dava no campeonato brasileiro, “ainda não ganhamos nada”. Não duvido de que até antes da cobrança do último pênalti naquela madrugada de 01 de agosto ele não tivesse dito isso... Ele sabia das coisas, tanto que foi tricampeão brasileiro por três clubes diferentes no espaço de seis anos. Ele conhecia a sabedoria do provérbio bíblico segundo o qual a soberba precede a queda.
É assim que devemos nos conduzir, confiantes, pois o time em campo e a direção fora dele têm se mostrado merecedores de crédito, mas sempre conscientes de que ainda há um longo caminho a ser percorrido e conquistado de modo gradual e seguro. E o caminho se faz ao caminhar, disse Neruda.
Espero que esse pensamento já tenha sido objeto de reflexão por parte da comissão técnica e da direção.
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Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)