Bola de Couro
Ontem o Coritiba fazia a sua melhor partida dos últimos tempos, certamente a melhor deste ano.
Comandava totalmente, não deixava o Goiás jogar, saía rapidamente da defesa para o ataque sem chutões e sim com a bola trabalhada pela meia cancha, segura a eficiente, especialmente pela boa jornada do Mateus Sales e do Hugo Moura. Fez um belo gol em jogada bem construída pelo Willian Matheus e o Sassá. O segundo gol não foi só obra do acaso ou do erro dos adversários, mas muito pela insistência do Willian Matheus que, como se centroavante fosse, estava presente dentro da área.
De repente, não mais do que de repente, fez-se do riso o pranto como diz o verso de Vinícius de Moraes.
Já se aproximando o final da primeira etapa, o mesmo Willian Matheus, que brilhara na construção de um gol e na feitura do outro, cometeu um pênalti de modo imprudente e desnecessário.
Até aí pouco indicava o jogo que o Coritiba não continuaria a dominar, pois jogava bem apesar do acidente, mas não, uma idiotice do pseudo zagueiro Rodolfo Filemon (que na metade da primeira etapa quase entregara um gol para o Goiás), fez com que desse um coice no atacante adversário. Uso a expressão “coice” não como grosseria – e a matéria do jogo feita pelos editores do site também não - mas sim porque o modo como o nosso zagueiro agiu foi tal e qual os equinos quando querem se defender dando uma patada para trás.A sua expulsão teve o efeito de um quase suicídio para o time.
Desfalcado de um zagueiro, surpreendentemente o Jorginho optou por recuar o Hugo Moura, que vinha muito bem na meia cancha, em lugar de, como manda o manual, tirar um atacante e colocar outro defensor. Imagino que ele deve ter pensado assim: Dizem que sou retranqueiro? Pois vou mostrar que não e mesmo com dez vou manter três atacantes.
A partir daí, com a agravante da lesão do Mateus Sales, que jogava muito bem, e sua substituição pelo Galdezani, que mais uma vez não foi bem, o time perdeu produtividade e o Goiás cresceu. Fez um gol em bola trabalhada e contou com a falha do Rodolpho e azar do Sabino para virar o jogo. Quando tudo indicava que voltaríamos de Goiás com uma derrota inaceitável, um zagueiro adversário resolveu imitar o nosso e fez um pênalti bem parecido. Sabino cobrou, mais uma vez nos deixando assustados pelo modo como faz (uma hora vai ter que mudar, logo os goleiros não se atirarão antes e poderão defender).
As entradas do Luiz Henrique e do Natanael pouco somaram, o primeiro porque, embora toda a boa vontade que tenhamos com os jovens da base, cada vez demonstra que não tem mais a dar do que apresenta, e o segundo porque foi colocado praticamente sem posição, pois substituiu um atacante e ficou meio que sem saber o que fazer, embora alguns lances de qualidade. Aliás, já passou da hora de o jovem entrar no time desde o início do jogo, ele, ao contrário de outros, é uma promessa cumprida.
De qualquer modo, considerando o que o time mostrou na primeira etapa, lembrando que o mesmo já acontecera no jogo contra o Botafogo e na segunda etapa contra o Atlético-MG, ainda dá para ter esperança de que a equipe evolua e se estabilize durante toda uma partida. Sem dúvida importante será não ser condescendente com os jogadores que são expulsos por conduta dolosa, tal como ocorreu ontem e com o Yan Sasse (coincidentemente dois que tenho como inservíveis para o time). Se não receberem pelo menos uma forte advertência, o exemplo não será salutar para o restante do elenco. E sem dúvida o Jorginho terá que refletir sobre o modo como tem feito as substituições.
Vamos ao atletiba. O time está devendo para a torcida uma vitória sobre o rival. Se acontecer, além de subir na tabela e deixar o competidor estacionado, a moral do time crescerá.
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