Bola de Couro
O Coritiba de ontem me lembrou do Coritiba velho de guerra para o qual aprendi a torcer desde a minha infância.
Atuação de entusiasmar. Ainda que se possa dizer que o adversário não era expressivo, temos que lembrar que até há pouco tempo o time tinha dificuldades com qualquer oponente. Ontem me lembrei do time que em 1969 foi a Cianorte e venceu por 7 x 0, do time que vencia em Umuarama, em Londrina e em Maringá, enchendo os estádios pela expectativa que criava pelo seu bom futebol. Dos times de 1989, de 1998 e de 2011.
Claro que não devemos ser precipitados e uma boa apresentação por si só não é prova de que definitivamente temos um grande time, mas o caminho para isso parece bem pavimentado.
Tivemos uns dez minutos de vacilação, mas logo depois tomamos conta da partida, com atuações individuais muito boas e táticas também, com a mudança de posição do trio da frente.
Alex Muralha, exigido duas vezes nos poucos minutos que o time do União cresceu no jogo, mostrou que deve ser o titular. O lateral Patrick Vieira apareceu melhor do que o seu antecessor. A zaga, salvo por poucos minutos, não foi exigida. Kazu me parece que ainda não foi suficientemente testado, aguardemos.
No meio, Renê Jr. foi exuberante, o melhor do time ontem, mostrando que aos poucos, desde que consigamos um meia confiável, o setor está bem melhor do que nos últimos anos. Ruy vem se saindo bem, mas em razão do seu passado recente ainda deve ser mais bem observado.
E na frente, destaque especial para o incansável Rafinha, veterano com fôlego de guri, e do Sassá, que além dos dois gols onde mostrou oportunismo de centroavante, se deslocou à direita e à esquerda e ajudou na contenção quando necessário.
Enfim, se amostra de ontem se confirmar – mesmo que naturais pequenos tropeções possam acontecer - bons ventos parecem estar finalmente soprando no Alto da Glória. Esperemos que voltem a soprar em Manaus.
Uma palavrinha sobre a expectativa quanto ao Jadson.
Vejo parte da torcida muito animada com a possível contratação do meia do Corinthians, que passou com sucesso pelo nosso rival maior.
A minha expectativa não é igual à de grande parte da torcida. É veterano que, ao contrário do Rafinha, não deve estar forma, pois não vem jogando e um dia disse não gostar do Coritiba como o nosso pequeno notável mostra amar. Tem histórico forte de lesões. Custará muito caro para as forças de um clube que convive com dificuldades para manter equilibrado o seu orçamento. Temo muito que será uma repetição do Lincoln, caro, sem empenho e entregando pouco para compensar o alto custo. Se for contratado, espero que eu possa um dia dizer que errei, mas não creio muito que nisso.
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