Bola de Couro
Deixar para escrever sobre o time no dia seguinte ao jogo tem muita desvantagem. Confrades que ilustram o nosso site já abordaram de forma precisa o que é o time e o que podemos (não) esperar dele, pouco restando a dizer.
Mas quero reforçar um aspecto.
Em um grupo fracassado, como está sendo o Coritiba, há responsáveis maiores e menores pelo resultado.
Por isso, quem menos podemos culpar são os jogadores. A quase totalidade deles é tecnicamente limitada, e ninguém dá o que não tem. Parte deles, que poderia dar alguma inspiração para a equipe, parece alheia e desinteressada, como se viu ontem do Renê Júnior. Enfim, mal escolhidos. Se outro clube da série A quisesse contratar algum jogador do Coritiba, certamente teria dificuldade para escolher o nome dentre os raros aceitáveis.
E a responsabilidade também não é tanto do treinador. Tem sim, a sua parcela de culpa, a sua “proposta” de jogo é conversa fiada. Mas quem o escolheu? Recebi notícia de que ele teria sido demitido hoje pela manhã, mas não se confirmou.
Em um crescendo de responsabilidades, a parcela de culpa do diretor de futebol – “eu sou bom”, disse quando subimos para a série A – que trouxe para o clube os tantos nomes que fracassaram, como bem relaciona o Ricardo Honório na sua coluna de hoje, é muito grande. Seus negócios são incompreensíveis, não se entende como olha e aceita jogadores tão desqualificados ou que estão mais com intuito de apenas passar pelo Coritiba ou aqui encerrar a carreira.
E chegamos à grande culpada por tudo, a direção, mais propriamente o presidente Samir Namur. Não há soldado derrotado sem responsabilidade do comandante. Ninguém diz que os soldados franceses perderam a guerra, mas sim que Napoleão foi derrotado. Ninguém diz que os paraguaios perderam a guerra, mas sim que foi Solano Lopes. Claro que comparar o presidente do Coritiba a esses homens é um exagero no que se refere à liderança deles, mas a torcida tem que antes apontar o dedo para ele que, entre outras carências, parece submisso ao seu diretor de futebol – há quem dia que manda sem prestar contas – muito antes de apontar para os jogadores e o mesmo para o treinador.
Teremos eleições no final do ano. Não sei se o Coritiba chegará até lá sem estar entre os últimos colocados, já tal como um doente desenganado pelos médicos. Não sei se a nova administração poderá recuperar um clube tão debilitado, mas o que nos resta é esperar.
Por falar em eleição, uma observação final. Os amigos notaram que nas redes sociais ninguém admite ter votado no atual presidente? A IAV, que se diz o elegeu, esses dias lançou um manifesto pedindo a saída do diretor de futebol, mas nem indiretamente focou no presidente. Como diz o ditado, quando a criança é feia, ninguém que ser o pai.
PS. Editei a coluna para completá-la. Redigi antes de ver a coluna do Marinson Luiz, postando a minha alguns minutos depois, e fico satisfeito em ver que não estou sozinho. Ao Marinson, nosso novo colega, meus respeitos.
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