Bola de Couro
Ontem, contra o Cruzeiro, o Coritiba fez uma boa apresentação e mereceu a vitória, com sobras.
Basta ver que, enquanto o nosso goleiro Wilson não foi chamado a intervir, o deles, o excelente Fábio, fez três defesas daquelas que podem ser ditas como quase impossíveis, evitando que a derrota fosse por placar maior. Foi uma boa apresentação da equipe – boa me parece a medida adequada, ótima ou excelente seria exagero dizer – na qual a equipe foi homogênea na qualidade individual. Todos os jogadores se saíram bem, alguns talvez apenas de modo suficiente, e se ninguém se destacou muito também ninguém comprometeu cometendo erros grosseiros como infelizmente aconteceu nos atletibas decisivos. Para não dizer que não destaquei ninguém, registro que o jovem Dodô foi muito bem. Se confirmar o bom futebol que parece ter e se afirmar no time, um dos nossos problemas poderá estar resolvido, qual seja o da ausência de alguém confiável para substituir o Ceará.
Nosso humor de torcedor tende a fazer pensar que uma boa vitória logo após três significativas vitórias já seria a redenção do time. Vamos com calma, o caminho pela frente é longo e difícil.
Murici Ramalho, o treinador mais vezes campeão brasileiro na era dos pontos corridos (três pelo São Paulo e uma pelo Fluminense, contando com ainda um vice pelo Internacional), afirma que em uma competição nos moldes do campeonato brasileiro um modo de pensar deve estar presente nos times. Conscientização de que deve vencer o maior número de vezes em que jogar em casa e meta de vencer a todos que têm qualificação técnica igual ou inferior ao nosso time. Claro, faltará combinar com os adversários, pode-se dizer, mas é um pensamento lógico e que já se mostrou vencedor.
Eu agrego outro modo de pensar que me parece fundamental. Em campeonato por pontos corridos, uma vitória na primeira rodada vale tanto quanto na última. Assim, todos os jogos são importantes, não dá para pensar que se o time iniciou mal o campeonato ainda terá chance de se recuperar, pois não se pode contar com o imponderável. E menos ainda que se iniciou vencendo estaria com “gordura” para perder logo adiante. Então o pensamento deve ser: o próximo jogo, seja contra quem for e seja onde for, é o mais importante do campeonato! A sequência da tabela só deve interessar à administração do clube para preparação da logística. A equipe só deve se preocupar o adversário do dia, não importando quem será o próximo e onde será o jogo seguinte.
Sei, para nenhum time, por mais forte que seja, tal meta é factível. Todos perderão jogos em casa e todos perderão pontos para equipes em tese tecnicamente inferiores, mesmo acidentalmente. Mas o importante é ter a meta. Parece pieguice dizer, mas quem mira em alvo pequeno tem menos chance de acertar do que quem aponta para um grande.
Vamos ao próximo jogo.
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