Bola de Couro
Não acho simpático o cronista afirmar, quando de fatos consumados, que já os previra. Evito esse modo de agir e os amigos que me seguem devem ter observado que nunca me jactei de que “já sabia” ou “eu disse”.
Mas como se diz que nunca se deve dizer nunca, hoje vou fazer uma exceção e lembrar as duas frases finais da minha última coluna “Bravura”, quando analisei o mau desempenho do Coritiba na derrota para o Belgrano quando do jogo em Curitiba e a perspectiva para o jogo de ontem.
“Mas não vamos nos entregar, com um pouco de arrumação do time, sem invenções e com muita conscientização sobre a maneira de jogar contra os latinos, especialmente os argentinos, quem sabe poderemos conseguir reverter o mau resultado? Como dizem os hermanos, “não está muerto quien peleia”.
Em tempo. Para não dizer que não vi pontos positivos, foi muito boa a apresentação do Nery Bareiro ontem”. (referindo-me ao jogo da semana passada).
Pois bem, nosso técnico – que já está a merecer uma coluna elogiosa só para ele, e em breve vou postá-la – soube arrumar o time e conscientizá-lo sobre como jogar contra um adversário que aparentava ser melhor do que nós, e em condições bem adversas perante um estádio com mais de cinquenta mil torcedores fanáticos e alucinados. Ontem, com o Coritiba jogando bem, com muita técnica e bravura, requisitos para os quais concorreu decisivamente o técnico, mostramos que não era assim, pois temos um time que pode ser bom e nos colocar em patamar melhor do que os que temos nos encontrado nos últimos anos. E vimos que podemos esperar, sempre com os pés no chão, por um futuro melhor na competição continental.
E se o Paulo César Carpegiani merece elogios pela boa condução do time (olhando pelo retrovisor nos damos conta de como perdemos tempo com outros), e o Wilson foi o herói no momento decisivo, defendendo dois pênaltis e convertendo um, aliás, muito bem cobrado (alô Weverton, veja como se faz), penso que o destaque de ontem foi o Nery Barreiro pelo que representou no encaminhamento do resultado.
O paraguaio se mostrou não só um leão – guarani, a etnia prevalente no país vizinho – como foi de uma técnica soberba, impondo-se na defesa com bravura e qualificação e fazendo o gol que nos permitiu ir para a decisão. Os demais zagueiros do Coritiba podem se preparar para alguns ficarem de fora por algum tempo, pois o momento é do Nery.
Nery Bareiro, o leão guarani, é o personagem da semana.
E só para lembrar. Vocês se deram conta de que podemos estar a apenas três vitórias do título Sul-americano? Como dizia Ênio Andrade em 1985 a cada bom resultado, ainda não ganhamos nada, mas estamos subindo degrau a degrau.
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