Bola de Couro
Tivemos uma vitória fundamental contra o Bragantino, resultado que era indispensável. Se já dependíamos só de nós para a volta à elite do futebol brasileiro, ainda continuamos assim e um empate no próximo e último jogo será suficiente. Já li e ouvi argumentos no sentido de que, dependendo dos resultados dos demais competidores, até uma derrota poderia nos classificar no próximo sábado. Sim, os números dizem isso, mas não dá para jogar com essa expectativa, assim como não convém entrar em campo pensando no empate, o qual só poderá ser buscado dependendo das circunstâncias do jogo contra o Vitória.
E o melhor do jogo?
A nossa zaga hoje foi primorosa. A entrada do Nathan Ribeiro nos últimos jogos deu tranquilidade ao Sabino que, na minha ótica, foi o nosso melhor jogador em todo o campeonato e poderia ser escolhido com justiça o melhor do jogo.
Os laterais não decepcionaram e a meia cancha – especialmente pelo Serginho - soube jogar com inteligência em face do excelente toque de bola do adversário. O Giovani não vinha sendo um dos melhores, mas fez o gol que encaminha a nossa classificação, e é o que bastaria para ele ser considerado o melhor da partida.
Rafinha fez das tripas coração para conseguir manter o forte ritmo que executava, até que se esgotou fisicamente. Poderia também ser apontado como o melhor do jogo, em especial pelo amor que mostrou pelo clube, indo às lágrimas com o nosso gol.
Mas hoje eu escolherei outra personalidade como a melhor do jogo, sua Excelência a torcida.
Sábado eu estive no estádio e pude sentir – um pouco mais do que se sente através da televisão – a força da nossa torcida. E hoje, quase 40.000 torcedores, quase a capacidade total do estádio, gritando e apoiando. Um pouco antes do gol, talvez pressentindo o que viria, em decorrência de um sentimento que só quem vive o futebol entende, sabendo que era a hora, a torcida aumentou o ritmo e o apoio, dando ânimo aos jogadores de modo que logo o Diogo Mateus por muito pouco não fez o gol, mas em seguida o Giovani fez, levando ao êxtase a massa humana que lotou o Couto Pereira.
Nos passeios que as câmeras da TV fazem pela torcida, deu para ver que é um mito, uma lenda, a história de que a nossa torcida está envelhecendo, pois as crianças querem torcer para um clube vitorioso, o que o Coritiba nos últimos não tem sido. Falácia, pois milhares de crianças se misturavam entre os torcedores, alguns ainda bebês, adquirindo ali, ainda que inconscientemente, o espírito coritibano e o sentimento de amor que só nós coxas-brancas sabemos como é. O que vimos hoje e em vários jogos confirma que temos um enorme potencial ainda não bem explorado.
Se retornamos à série A, como espero e acredito que retornaremos, o destaque do campeonato terá sido a torcida, que desde o primeiro jogo deu forças ao time, ou mesmo vaiou quando necessário. Meus respeitos, torcedor coxa-branca.
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