Bola de Couro
A torcida do Coritiba é muito exigente. No dizer do Rafinha (o lateral) ela chega a ser chata. É um exagero dele, mas sem dúvida a nossa torcida é muito implacável nos insucessos. E isso tem razão de ser, qual seja o sofrimento pelos quais passamos nos últimos trinta anos, período em que tivemos sucessos apenas esporádicos em competições nacionais, 1989, 1998, 2003 e 2011. Não é possível a um clube que já foi grande e respeitado nacionalmente conviver com tão pouco sucesso e inúmeros fracassos, daí se compreender o sentimento da torcida quando cobra e reclama.
Esse sentimento é agravado no momento por estarmos a acompanhar a fragilidade do clube desde 2017, quando mais uma vez foi rebaixado, só subindo em 2019 para logo em seguida cair novamente em 2020, e agora, ultrapassadas vinte e duas rodadas do campeonato, nos encontramos novamente na fatídica zona de rebaixamento tendo pela frente mais jogos fora do que em casa, alguns deles contra adversários diretos na tentativa de escapar da degola.
Com esse clima a torcida recebe o novo técnico, Guto Ferreira.
Embora para alguns não seja o técnico ideal – nunca ninguém parece ser para a exigente torcida – temos que apoiá-lo para que tenha sucesso, pois precisamos harmonizar todas as nossas forças para evitar mais um rebaixamento, que certamente teria consequências catastróficas para o clube.
Financeiramente o Coritiba vive a se equilibrar no fio da navalha. Se cairmos novamente, difícil prever o que resultará, mas provavelmente atingirá o pedido de recuperação judicial e a constituição de clube-empresa, com necessidade de diminuição da folha salarial, e em consequência a qualidade dos atletas (não que hoje tenhamos uma plêiade de craques, longe disso).
O Guto Ferreira tem histórico mediano, com passagens por vários clubes, mas sem dúvida tem qualificação e foi o que pudemos encontrar no mercado, ainda que tardiamente como já debatemos tanto por aqui. Temos que apoiá-lo, repito, na esperança de que consiga livrar o time de mais um rebaixamento.
Não será uma tarefa fácil, com dezesseis jogos pela frente - sete em casa e nove fora - a exigir a conquista de pelo menos vinte e dois ou vinte e três pontos, quando não mais a depender da combinação de classificação dos demais.
Então a nós coritibanos, gostem ou não alguns dela, nada mais resta do que apoiar a nova comissão técnica para que tenha sucesso e nos permita um novo recomeçar.
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