Bola de Couro
Ontem, contra o Atlético-MG, o time do Coritiba mostrou que temos razão em ficar entusiasmados com as perspectivas para os campeonatos brasileiro e Copa do Brasil. Foi bravo e foi técnico.
Enfrentando aquele que seria, em tese, o melhor time do Brasil no momento, um clube milionário e que vem de uma invencibilidade de trinta e nove jogos em casa, não se amedrontou nem quando ao final do primeiro tempo perdia por 2 x 0 e soube, de forma heroica, mas com técnica, buscar o empate, que teve gosto de vitória. Vendo o binômio técnica-raça, lembrei da afirmação do saudoso presidente Follador quanto a querer ter um time no qual o jogador “morda o alambrado”. Essa prática, claro, sempre aliada à técnica.
Quase todo o time esteve muito bem, embora Regis, Val e Alef Manga estivessem abaixo do nível dos demais. O primeiro por se mostrar desatento, tanto que perdeu a bola que gerou o contra-ataque que levou ao primeiro gol do adversário, e o segundo por quase nada apresentar de positivo, parecendo dar a impressão de que não está contagiado pelo espírito de disposição e entusiasmo que o time tem mostrado. Alef Manga também não foi feliz desta vez e temo que a grande exposição na mídia desde a vitória contra o Santos talvez o tenha deslumbrado.
No mais, todos merecem elogios, mas em especial - uma unanimidade nas redes sociais e nos meios de comunicação - o Igor Paixão e o Willian Farias, nos quais se simboliza a juventude e a experiência dos atletas do time. Igor Paixão certamente encantou ao Brasil ontem, e tenho certeza de que muito colaborará para que tenhamos uma boa campanha nos campeonatos que disputamos e depois para servir para amenizar a nossa crise financeira com a sua negociação para o exterior. E Willian Farias encarnou a raça do time, aliando-a com técnica, de modo que foi dono do meio campo na segunda etapa.
Não dá para esquecer o Mateus Alexandre, que a cada jogo cresce, assim como o Fabrício Daniel e o Adrian Martinez, fundamentais para o bom resultado. Bernardo também entrou bem.
Embora tenhamos o hábito de escolher um jogador como o melhor da partida, hoje eu vou apontar a láurea para o nosso técnico, Gustavo Morínigo, que soube mexer no time no intervalo e foi feliz nas substituições. Quando foi anunciado o Robinho eu temi, pois as últimas apresentações dele vinham sendo muito fracas, mas confesso que, como se diz popularmente, “mordi a língua”, eu e um amigo com o qual trocava mensagens no intervalo sobre o quem poderia substituir o Regis e o Val.
O nosso “profesor (em espanhol é com um “s” só mesmo) guarani” soube compreender o jogo e as deficiências do nosso time e as do adversário, mudando totalmente o panorama do jogo na segunda etapa. E não fosse por ontem, pelo conjunto da obra já estava na hora de reconhecermos o valor do nosso técnico – sempre a primeira função a ser atacada pela torcida quando o time vai mal – que sem estrelismo tem o time em suas mãos e sabe o que dele tirar conforme o momento.
Uma palavrinha final sobre a falha do Biro no segundo gol e lembrança do gol contra do Henrique no jogo com o Santos. Foram ambas fatalidades, que quis a sorte acontecessem contra nós. Como no futebol a banca paga e recebe, ainda seremos compensados com gols decorrentes de falhas semelhantes de adversários, aguardem.
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