Bola de Couro
Mais um fracasso do Coritiba, o quinto em sequência.
Perder para o Flamengo, mesmo em casa – em que pese sem público no estádio isso tenha pouca importância – não seria um desastre e nem o fim do mundo, assim como poderia se pensar em se tratando do Internacional.
O problema é perder como perdeu, jogando mal, com alguns raros momentos de lucidez, pouco atacando e não terminando o jogo com aquele consolo de que foi azar, jogou bem ou até melhor, mas perdeu. Talvez contra o Bahia um empate fosse o mais justo, mas diante da sequência de cinco derrotas nem assim é consolo.
Mas eu quero falar é do silêncio do presidente Samir Namur.
Vem a público o Barroca, para dizer que estão fazendo avaliações internas e que irá encontrar soluções. Vem a público o todo poderoso Pastana, para dizer que a permanência do técnico está garantida e que a falta do Tiago Lopes, entre outras, seria causa determinante dos maus resultados (!).
Ambos empregados e em tese demissíveis e subordinados à direção (ou deveriam sê-lo). Mas veja-se o que disse o Pastana ao Globo Esporte: “Na verdade, a gente não tem orçamento disponível. Estamos tentando captar receita para ter esse orçamento disponível. Há um orçamento limitado para cumprir com as nossas obrigações no Brasileiro”.
Essa deveria ser a fala de um dirigente, não de um empregado, como assim, “estamos tentando captar receita”? Isso é atribuição da alta direção e não de um funcionário contratado, por mais poder que o presidente dê a ele. Quem deveria nos dizer isso seria um dirigente eleito, jamais um empregado que a esta altura, com tantos erros que cometeu, já deveria estar longe do Coritiba.
Mas a alta direção, tal como se diz faz a avestruz diante do perigo que esconde a cabeça, não vem a público dar satisfações para a torcida. Esconde-se. Muito diferente da exposição em todas as mídias quando retornamos à primeira divisão, meio a fórceps e graças ao pragmatismo do Jorginho. É fácil e cômodo aparecer no sucesso.
O presidente foi eleito, ainda que por uma quantia insignificante de votos, mas legitimamente em face do que prevê o estatuto. Ele é mandatário (aquele que é autorizado por outros a praticar atos), deve satisfação a todos os torcedores, tenham sido seus eleitores ou não. Se não se dá bem com os microfones e as câmeras – o que me parece não é o caso – ao menos peça para que um dos seus ocultos vice-presidentes venha a público.
A torcida do Coritiba está farta de sofrer e o que está agravando o sofrimento é se ver ignorada por aquele que foi alçado ao comando de uma instituição tão grande e importante como é – ou ainda é – o nosso clube.
Fale, presidente, mas não através de um canal oficial, com perguntas previamente acertadas. Diga-nos que esperança ainda podemos ter no final desses três anos de má gestão.
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