Bola de Couro
Não há mais o que escrever sobre o time atual do Coritiba, fruto de política e de administração totalmente equivocadas de uma gestão que, sem fazer autocrítica, se aferra ao poder, nem que para isso usando de argumentos rasos e sofismas, como estão mostrando as últimas notícias.
Não bastasse a contração de dezenas de jogadores inaproveitáveis, estamos por conquistar o recorde de troca de treinadores em um só campeonato. A de ontem, certamente é uma amostra da falta de convicção e planejamento do grupo que está no poder. Barroca foi contratado, mas com o presidente avisando ao Jorginho para ficar ao alcance do telefone. Este último veio quando o barco já fazia água e as únicas marcas que deixou em sua passagem foram o veterano e cansado Ricardo Oliveira e o jovem mais conhecido como filho do Bebeto. E ontem, querendo mostrar para a torcida que ele não seria o culpado pela catástrofe que se aproxima, o presidente demitiu um técnico contratado como uma aposta – como se o Coritiba atual tivesse tempo para apostas – que veio indicado por um empresário e abençoada pelo inoperante Ricardo Oliveira.
Por falar em presidente e nas últimas notícias, observo que nem mesmo a liturgia do cargo ele sabe exercer, o que demonstrou quando ofendeu aos adversários na disputa eleitoral chamando-os de “cagões” (veja aqui). Palavrão é algo para ser bem usado, seja pelas circunstâncias ou seja pelo local. Quando um árbitro comete um erro grave e que nos prejudica, é natural o palavrão explodir na arquibancada. Em conversa de botequim também é comum o uso do palavrão. Quase todos nós usamos, mas sabendo quando e onde é aceitável.
Mas você não vê um dirigente de uma grande empresa, um presidente de alguma entidade ou alguma autoridade usando palavras chulas em público. Isso se chama respeitar a liturgia do cargo. Quem está no comando de órgão governamental ou entidade associativa que congrega multidões, tem que saber que o cargo impõe freios nas manifestações públicas.
A afirmação do presidente só serviu para atestar que ele não está à altura do cargo para o qual foi levado por uma parte dos associados, não tem postura de líder. Com razão os adversários não aceitaram debater com ele, talvez até porque temeram que no curso da discussão o encontro pudesse ser desvirtuado pelo uso de linguagem imprópria.
O time não pode mais ser salvo neste campeonato, a não ser por um raro milagre. Mas tentemos então pelo menos salvar o clube nas próximas eleições.
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