Bola de Couro
Nos dois últimos jogos do Coritiba terminamos a primeira etapa perdendo por 2 x 0 e no retorno do intervalo conseguimos empatar um, contra o Atlético-MG, em Belo Horizonte, e virar o placar ontem, contra o Fluminense, de modo épico e inesquecível.
Em ambas as partidas as exibições foram bem distintas nas duas etapas, principalmente ontem, jogo no qual vou me deter.
Tivemos um início de jogo desanimador. Um gol sofrido por falha grotesca do Muralha e outro por bola perdida infantilmente no meio de campo. Confesso que, assistindo ao jogo com minha esposa, meu filho, meu neto e minha nora, estávamos todos abatidos no intervalo, não crendo que o Coritiba pudesse ter outra jornada brava como acontecera na rodada anterior em Belo Horizonte.
Qual o quê. Esse Coritiba não é o mesmo dos anos anteriores, quando não conseguia reverter derrotas, e era um time mal composto e mal dirigido que tinha complexo de vira-latas (vide Nelson Rodrigues) e tentava jogar “por uma bola”.
O atual Coritiba é um time de guerreiros, que estão cumprindo proposta do saudoso Renato Follador sobre “morder o alambrado”. Não se entregou e buscou a mudança do placar até os últimos segundos quando a vitória tem um gosto mais especial.
Mas o que acontece no vestiário durante o intervalo que leva o time a jogar bem melhor ao retornar? A pergunta não é de difícil resposta: só pode ser a ação do treinador. Ontem mudou a equipe com o ingresso do Robinho, Léo Gamalho e Egídio e a disposição tática da equipe de modo que, além da recuperação consagrada nos três gols, jogamos sem sofrer ameaças. Quando vi as substituições, com exceção da entrada do Leo Gamalho, eu cheguei a torcer o nariz pois o Robinho tem alternado boas e más jornadas e o Egídio não tem como característica saber defender. Mais uma vez estava enganado. Robinho jogou muito bem, organizou o time, e o Egídio, embora não tenha sido exuberante se saiu muito melhor do que em jogos anteriores.
Excelente segunda etapa também do Andrey, do Willian Farias e do Mateus Alexandre e, embora por poucos minutos, se saíram muito bem o Adrian Martinez, que por pouco não fez o gol que seria o mais belo da rodada, e o Fabrício Daniel, decisivo no terceiro gol pela calma e visão de jogo (naquele momento, com o árbitro já olhando o relógio, qualquer outro daria um chutão contra a meta adversária).
Enfim temos um time em quem confiar. Vamos para o próximo jogo, lembrando da cautela do Ênio Andrade que pensava o time jogo a jogo e a cada sucesso dizia “ainda não ganhamos nada”.
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Não posso me omitir de dizer algo sobre o Muralha, depois de mais uma falha grotesca do nosso goleiro.
Ele nos traz insegurança, e talvez também aos companheiros, pois nunca se sabe quando falhará bisonhamente como ontem e como já aconteceu em outros jogos. Mas a opção é o jovem Rafael Willian, que ainda não vimos na equipe profissional (foi testado no campeonato estadual só em um jogo, quando não foi exigido), e não sabemos como se sairá, especialmente no aspecto emocional quando participar de grandes jogos, com o estádio cheio. Não tenho dúvida de que teremos que contratar outro goleiro, mas como a “janela” de contratações só reabre em meados de julho, não há outra solução que não a de ser tolerante com o Muralha, torcendo para que finalmente saiba aprender a defender bolas quando elas vêm rasteiras e nas suas mãos. É o que temos até julho, confiemos e oremos.
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