Bola de Couro
Tivemos hoje mais um passo positivo e importante na excelente trajetória que o Coritiba vem mantendo no atual campeonato brasileiro. Ainda que vitórias sejam sempre desejáveis, um empate conquistado fora de casa, e em momento em que o Coritiba está sendo vigiado e visado por sua boa campanha, é resultado positivo.
O time está bem ajustado, as atuações individuais têm sido boas e, embora me pareça que o Pachequinho desta vez não andou tão bem nas substituições, em especial a do Rildo, nada há a lamentar, salvo, talvez, a infelicidade do Werley no segundo gol do Botafogo. Mas são coisas que acontecem no futebol, digeríveis se não vierem a ser reiteradas.
A esta altura o Honório, o Sérgio e os outros confrades já devem estar elaborando as suas apropriadas colunas com a análise técnica do jogo, e vou então aproveitar para tratar de outra questão, vital para a manutenção e crescimento do nosso clube.
Refiro-me - e pelo título da coluna todos já devem ter percebido - ao aumento do nosso quadro social.
Em um clube de futebol, a relação torcedor-associado-time pode levar a um círculo virtuoso no qual as premissas se tornam conclusão. Assim, time forte traz mais torcida e torcida traz sócios. Bom quadro de sócios aumenta a receita do clube e leva a ser possível contar com um time forte. E assim a relação pode se repetir virtuosamente.
Nas melhores campanhas do Coritiba neste século – confio que neste ano serão superadas - o clube contou com 31.000 sócios em 2011 e pouco mais de 25.000 em 2012. A partir de então, com o círculo se tornando vicioso em face dos sucessivos maus resultados do time, o quadro social foi decaindo até ficar com aproximadamente 14.000 integrantes no ano passado. Mantiveram-se aqueles que são fiéis na alegria e na dor.
Hoje, através de uma bem elaborada campanha, o clube ultrapassou o número de 20.000 associados e tem como meta alcançar, e logo, um quadro de 25.000. E já antecipou a sua parte, montando um time que desde a conquista do título estadual tem dado alegria e esperança, puxando a relação time forte=mais torcedores=mais sócios.
A condição de sócio é uma via de mão dupla na relação com o clube, uma vez que ao tempo em que o torcedor alcança a sua contribuição para o sucesso da instituição, goza de vantagens quando da frequência aos jogos em razão do não pagamento total ou parcial dos ingressos. Ela por si só não torna ninguém mais coxa do que outros o do que já se é. Mas, além dos benefícios quando dos jogos, a qualidade de sócio traz a cada um orgulho por poder participar da construção do Coritiba e ainda o direito de votar e ser votado na escolha das administrações (conforme plano e prazo) e até mais legitimidade para reclamar quando necessário.
O time vem sendo bem-sucedido e necessita ser mantido e aperfeiçoado com algumas contratações, uma vez que o campeonato se alongará até o final do ano e acontecerão lesões e suspensões. A participação do quadro associativo nas receitas do clube só tem sido inferior à do patrocínio da TV (em 2015, por exemplo, 38% e 25% respectivamente), relação que pode se igualar ou até mudar conforme o aumento do número de sócios. Receita fundamental, portanto, sem a qual o clube enfrentaria dificuldades maiores e fica difícil manter bons jogadores.
Será que vamos atingir ou até ultrapassar a meta? É um desafio que, suponho, a torcida atenderá.
• Antes que algum purista do Direito me corrija, sei que em se tratando de entidade sem fins lucrativos o nome técnico é associado e não sócio. Mas como dizem os mestres da língua portuguesa, a popularização de um termo faz com que o seu uso se torne correto e "sócio" assim se tornou.
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