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Bola de Couro
Nunca o Coritiba investiu tanto na aquisição de jogadores como neste ano. Mas até agora, com exceção de um ou outro, a relação custo-benefício está sendo pífia, quando se esperava que pelo valor dos investimentos tivéssemos o que se chama de time dos sonhos.
A maior e mais destacada decepção até agora está sendo o Bruno Vianna, que custou milhões e que tem falhas primárias, lembrando o tempo em que, guardadas as proporções, sofríamos com o Muralha. Não me decepcionam, pois sempre os tive como jogadores limitados, nível série B ou C, o Potker e o Robson, mas mesmo assim o Coritiba gastou com eles o que não podia ou não devia. No mesmo balaio das decepções tenho que incluir o Rodrigo Pinho e o Moreno, ambos chegaram parecendo ser uns craques descobertos pelo jovem (para não dizer inexperiente) “head” esportivo, mas se no início se mostraram promissores, nos últimos jogos têm sido decepcionantes.
Ontem, contra o Sport Recife, embora alguns até digam que o Coritiba fez uma boa partida, com o que não concordo, penso que o que vimos foi um time com más individualidades e com quase nenhuma organização. Quase uma repetição do que tem sido nesta temporada. E isso que o time ficou um mês só treinando.
Um time que tomou três gols em um jogo, tal como ocorreu nas partidas contra o Operário-PG e o Cascavel, ou seja, nove em três jogos, não pode se dizer que tem uma defesa minimamente confiável. Ontem até o Kuscevic falhou e o Sport teve mais chances de ataque do que nós.
Nem tudo está mal, é certo. Temos a exceção do Manga, que foi fator decisivo para que não sofrêssemos uma derrota, e o jovem Kaio Cesar, inexplicavelmente mantido no banco de reservas quando sempre que entra tem dado trabalho para as defesas adversárias. Na lateral esquerda talvez o Jamerson venha a suprir uma carência antiga e o Andrei ganhando mais “minutagem” voltará a ser o craque que vimos no ano passado. Quem sabe o Jean Pedroso entra no time no lugar do Bruno Vianna e se firma? Tenho alguma expectativa também quanto ao Liziero, aguardemos.
Mas e o teimoso treinador? Como crer que se mantido poderemos melhorar? Ontem ele disse que fez o time entrar para ganhar. Que bom, pensava que até agora o objetivo era outro e por isso a má campanha da temporada. Aqui não vejo luz próxima, as entrevistas do sedizente técnico mostram que não tem noção da realidade que enfrenta.
Enfim, amigos, estou há tempo ansioso por escrever uma coluna elogiando o time, mas tem sido difícil. Se contra o primeiro adversário de melhor nível – ainda que na série B – tivemos dificuldades, o que será quando enfrentarmos equipes mais qualificadas?
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17 Ver todos os comentáriosO nome “Bola de Couro” serve para revelar a geração do autor, que acompanha o Coritiba desde o tempo em que elas eram efetivamente de couro natural, e não sintéticas como hoje. Além de estar atento ao futebol moderno, especialmente graças à tecnologia que tornou o mundo uma aldeia global, o blog de vez em quando trará algumas reminiscências das tantas glórias de que o Coritiba é coberto e que estão mais na memória de cada um do que em imagens físicas, atendendo também a um nicho da “velha-guarda” de Coxanautas que se manifestou desde a primeira coluna do autor. Mas todos, de qualquer geração, serão bem-vindos a colaborar e criticar em espaço que se pretende democrático.
Benedito Felipe Rauen Filho, conhecido como Felipe Rauen, é coxa-branca de terceira geração, pois tanto seu avô como seu pai também o eram. Em parte da infância e da juventude morou na rua Maria Clara, a cem metros do estádio do Coritiba, do qual desde casa sentia o "cheiro". Transferiu residência para o Rio Grande do Sul em 1976, onde iniciou carreira como Juiz de Direito, hoje aposentado. Está aculturado naquele Estado em vários aspectos, mas jamais no futebol, pois não adotou time local e torce somente para o Coritiba. É conhecido em todos os círculos que frequenta em terras gaúchas como coxa-branca, conseguindo que inúmeros amigos gremistas e colorados tenham o Coritiba como segundo time ou pelo menos mostrem por ele simpatia. Em 2009 se tornou Cônsul do Coritiba em Porto Alegre, permanecendo por vários anos. Cardiopata, dá trabalho regular ao cardiologista em razão das emoções vividas com e pelo Coritiba, mas tem certeza de que o coração coxa-branca se manterá forte ainda muito tempo para ver o clube alcançar mais e mais glórias.
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Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)
