Bola de Couro
Quando nada parece ser possível de piorar no Coritiba, mais afundamos e sofremos com os seus infortúnios. Não digo que sofremos decepções, é pior, pois de onde nada se espera daí é que nada vem.
Não foi preciso assistir aos dois primeiros jogos, bastando ver aos ditos “melhores” momentos de cada um e ler e ouvir tudo o que se disse a respeito, para concluir que se o time do ano passado era muito ruim, o atual caminha para ser pior.
Beneficiados pela tabela que nos contemplou com os dois primeiros jogos em casa, contra adversários inexpressivos, o que vimos está mostrando de que o time atual do Coritiba não é nada melhor do que qualquer outro do interior do Paraná. Tremo ao pensar o que o grupo que jogou ontem poderá fazer quando enfrentarmos os rivais da capital e o Londrina.
Elegemos uma nova diretoria que prometeu antes de tudo saneamento das despesas do clube, que de modo irresponsável são aumentadas a cada gestão, mas parece que os novos dirigentes se esqueceram de uma lição básica na administração de clubes de futebol: sem bons resultados não há público nos jogos, não há novos associados (quando não diminuem), não se vendem produtos do clube, não se conquistam patrocínios e nem mesmo se consegue um bom contrato com a televisão como ocorreu para o campeonato estadual. Assim, nunca equilibrarão as receitas.
A nova diretoria anunciou que priorizaria as categorias de base, mas o que vemos, ainda que sabendo que os jovens devem estrear aos poucos, é o aproveitamento mínimo das ditas promessas em detrimento de certezas de fracassados como são os casos de João Paulo – o jogador símbolo da pequenez do Coritiba desde 2015 – o devolvido Ruy e o inoperante Alecsandro.
Não sabemos ainda se os jovens da base podem todos dar conta do recado, mas se não jogarem nunca saberemos! E o momento para isso é o campeonato estadual, cuja conquista é importante, mas não vital. Fundamental para nós é o retorno para a série A, o que já está se anunciando muito difícil diante do quadro que se esboça.
Qual a razão para usar no time, ao mesmo tempo, quase quarentões que comprovadamente nada mais jogam e não dar oportunidade a alguns jovens que, mesmo que não na totalidade, poderão mostrar algo? Se o fracasso com o time que está sendo usado é certo, vamos tentar o acerto com mudanças. Pior do que está não ficará, não tenho dúvida.
Uma palavra final para a dependência que o time parece ter do Kléber. Ontem ele fez o gol do empate, e muitos gols já fez no Coritiba. Mas não podemos esquecer que ele concorreu muito para o rebaixamento do ano passado ao ficar quase a metade do campeonato sem jogar por força de seu comportamento. Times não podem ser dependentes de um ou dois jogadores, nem o Santos do Pelé era assim. E nós nos últimos anos computamos fracassos exatamente em momentos em que ficamos dependentes de uma estrela, como foram os casos do Marcelinho Paraíba e do Alex, e agora do Kléber. Temos que formar um time, cuja definição, segundo os dicionários, é um grupo de pessoas empenhadas em uma mesma atividade conjunta.
Então amigos, não me peçam para não ser precipitado, para aguardar e para ser otimista. Enquanto os fatos não justificarem, muito mais do que pessimista serei realista. Os rumos do atual Coritiba até agora são muito preocupantes.
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