Bola de Couro
Mais um atletiba em nossas vidas. Para mim, e para muitos torcedores autênticos, não há clássico maior do que o atletiba, e nenhum deles é sem importância. Nem Grenal, nem Fla-Flu e nem Brasil e Argentina, para nós torcedores paranaenses de verdade, o maior clássico do futebol brasileiro e mundial é o atletiba de tantas histórias.
Vamos para o clássico maior na quarta-feira com um time que infelizmente não nos convence e dá confiança, uma equipe sem constância nas escalações e sem padrão de jogo visível. Do outro lado, encontraremos um rival que está em excelente fase, mostrando-se a vitória incontestável de ontem sobre o Grêmio um atestado da sua qualidade de momento.
Estando uma das equipes induvidosamente melhor do que a outra, logo vem às nossas mentes um conceito antigo no futebol, o de que em clássicos não há favoritos e nisso nos agarramos para ter esperanças de uma vitória, o único bom resultado desejável na triste situação em que nosso time está.
Mas não é bem assim. Sem dúvida em clássicos já aconteceram muitas surpresas e muitos resultados que contrariaram a lógica. Muitas vezes o time que está em tese mais fraco se agiganta e vence. Mas isso não é regra, é exceção.
Gostemos ou não, o Atlético é o favorito da vez. Basta comparar as campanhas dos dois e trazer à lembrança a decisão do campeonato estadual. Mas isso não quer dizer que não possamos vencer. Claro que podemos.
Para tanto muito há que ser feito em pouco tempo. Primeiro, o comando técnico do Coritiba deve definir qual é o time titular, não inventando a cada jogo uma escalação. O Pachequinho e os seus assessores devem abrir os olhos para algumas certezas, como, por exemplo, a notória convicção quanto ao João Paulo não poder integrar a equipe, assim como o novel Felipe Amorim, que suponho, talvez seja escalado por ter padrinho, pois futebol evidentemente não tem. Depois, o comando técnico deve procurar dar à equipe um mínimo de padrão de jogo, se for possível no pouco tempo que resta até o clássico, pois pelo que se vê até agora a única jogada previsível do time se constitui nos chutões que os zagueiros dão tentando fazer ligação direta com o ataque.
E mais, ainda que consciente das suas limitações, o que é importante em qualquer jogo, o grupo deve receber uma forte injeção de ânimo e otimismo. Mostrar-lhe a história de atletibas épicos, apontar jogadores que foram grandes nomes em clássicos e se tornaram mitos e cobrar empenho e dedicação, pois a torcida muitas vezes pode perdoar carências técnicas (e neste quesito tem sido compressiva demais), mas falta de vontade jamais perdoa. Clássico é para os de personalidade forte. Ah, não se pode deixar de mostrar que na história dos atletibas eles sempre nos temeram muito mais do que nós a eles. Respeito sempre, mas jamais temor.
Uma vitória na quarta-feira será fator importante para começar uma arrumada na casa e procurar iniciar uma melhor caminhada no campeonato brasileiro Mas uma derrota, sejam quais forem as suas circunstâncias, levará a consequências danosas para a torcida e para o time, e especialmente para a diretoria.
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