Bola de Couro
Em razão de compromisso inafastável, só pude assistir ao primeiro tempo do jogo entre o Coritiba e Paissandu, de modo que não vou analisar a partida, uma vez que não pude ter uma visão geral do que a equipe apresentou durante toda a disputa.
Mas não fiquei sem assunto, eis que finalmente a novela do Kléber chegou ao fim e ele não é mais integrante do plantel do Coritiba.
Aliás, se não é mais, também muito pouco foi e sai sem deixar saudades, assim como ocorreu nos diversos clubes pelos quais passou.
Sabendo do histórico do Kléber quando passou pelo Grêmio eu, embora tenha feito isso muito raramente, me manifestei perante o presidente Bacellar mostrando que a relação custo/benefício da contratação do Kléber seria deficitária ao Coritiba em razão da sua conduta e personalidade, ainda que fosse um bom jogador, sem contar o histórico marcante de sucessivas lesões. Não fui ouvido – mas talvez fosse muita pretensão minha interferir nos designíos, às vezes insondáveis, dos dirigentes – e o Kléber não só foi contratado como teve sua estada no Coritiba renovada por mais dois anos, que se extinguiriam no final deste.
Por onde passou, o Kléber sempre deixou rastros de mau relacionamento e mau profissionalismo, envolvendo-se seguidamente em expulsões e polêmicas com colegas e técnicos. No Coritiba não foi diferente. Se no começo chegou a entusiasmar, aos poucos foi deixando de usar o potencial que talvez ainda tivesse, e cada vez fazendo menos gols.
A gota d´água foi a expulsão no jogo contra o Bahia, no ano passado, ainda no começo do campeonato, em razão de conduta grave – soco e cusparada no adversário. Não satisfeito, ou talvez querendo que fosse esse mesmo o resultado para ficar sem jogar, ofendeu à Justiça Desportiva que incontinenti o puniu ampliando a suspensão.
Pois se ele, em que pese a sua conduta, era a referência do time no ataque, os treze jogos que ficou fora por suspensão, e mais outros pelas constantes lesões que apresentou, foram decisivos para a nossa queda para a segunda divisão. Claro que não só isso, muitas trapalhadas ocorreram, mas sem dúvida muito também por isso.
A direção agiu certo ao rescindir o contrato do quase ex-jogador, ainda que não pudesse ficar livre de pagar pelo tempo restante da avença, mas pelo que o clube informou o saldo será pago em parcelas mais suaves do que o desembolso a cada mês, de R$ 250.000,00 para um atleta que no ano atuou em seis jogos e fez um gol. Em seis meses embolsou R$ 1.500.000,00, o que equivale a exatamente o valor de um mês de salário por partida disputada e o valor total por um gol.
Agora o Kléber, que deve estar “com a vida feita” em razão dos altos valores que sempre recebeu – não sei se ainda é credor do Grêmio em razão do longo parcelamento acordado com esse clube – continuará flanando por algum tempo com gorda remuneração do Coritiba até que encontre um clube que se satisfaça com uma a grife.
Não deixará saudades.
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