Bola de Couro
Finda mais um ano durante o qual o Coritiba só teve forças para lutar contra o rebaixamento no campeonato brasileiro, salvando-se por apenas três pontos. E se essa sina nos persegue há quatro anos, nos dois últimos acrescemos outra, a perda do campeonato estadual de forma bisonha em ambas as ocasiões.
Embora todos torçamos para que 2017 seja um ano melhor para o Coritiba, confesso que tenho muito medo de que se o modo da administração do clube quanto ao futebol não vier a evoluir vamos passar mais uma temporada colecionando fracassos. Talvez ainda seja cedo para uma perspectiva, pois a temporada recém terminou, mas diante do que foi mostrado nos dois últimos anos e do elenco que até agora temos está difícil ser muito otimista.
Mantivemos o técnico, o que em princípio é bom pois ele se saiu razoavelmente no ano que finda e merece a chance de mostrar que com a continuidade o seu trabalho poderá ser positivo. Claro que para isso deverá abandonar as invenções na busca de autoafirmação.
Mas e o elenco?
Não renovamos o contrato do nosso melhor zagueiro, o Nery Bareiro, por alegadas questões salariais. É o pensar pequeno do Coritiba. Dispensou um dos três melhores jogadores do ano – ao lado do Wilson e do Kléber – quando com o afastamento de dois atletas que nada somam, João Paulo (ficou clara a melhora do time desde que saiu por lesão) e Carlinhos, por exemplo, o salário do Nery poderia ser pago. Sabemos que o Lucas Claro está indo embora, mas sua falta não será muito sentida, pois de todos os zagueiros que temos é o menos qualificado. E o que resta, além do Walisson Maia e do Juninho? Três meninos, Romércio, Geovane e Thalisson, que por enquanto são apenas apostas ou promessas. Cinco zagueiros no elenco, sendo que três recém saindo da base, é muito pouco para começar a formar uma boa defesa e um bom time.
Ainda falando sobre a defesa, temos dois alas bons, Dodô e Cezar Benitez, enquanto Emerson Conceição e Carlinhos são sem dúvida desqualificados para qualquer equipe da primeira divisão do futebol. São imprescindíveis contratações para os dois lados, sob pena de o técnico ser obrigado a improvisações.
Temos um bom goleiro, mas pouco sabemos da qualidade dos seus reservas. Um participou de parte de um jogo e foi para o departamento médico e o outro, Bruno, já mostrou que não merece a nossa confiança. Resta torcer para que os demais possam corresponder na eventualidade de falta do Wilson.
Na meia cancha perdemos o Raphael Veiga e tudo indica que perderemos o Juan (segundo diz o jornalista que sabe mais do Coritiba do que muitos dos nossos dirigentes), além do Amaral cujo empréstimo termina. Dentre os restantes, certeza de bom futebol só temos quanto ao Gonzales - mas não se pode saber quando contar com ele, pois é um jogador que se lesiona com facilidade - e o Alan Santos, este desde que jogue com seriedade. Dispensáveis, na minha ótica sem qualquer sombra de dúvida, João Paulo, Edinho, Fabio Braga, Bernardo, Ícaro e Felipe Amorim. A conferir os meninos da base Carvalho, Júlio Rusch, Kady e Yan Sasse (já teve oportunidades, mas ainda não dá para firmar convencimento). Como suficientes apenas para compor o grupo, mas não para titulares, Thiago Lopes e Ruy.
Dentre os atacantes, exceção feita ao Kléber e ao Neto Berola, alguns mostraram muita irregularidade na temporada – casos de Kazin, Iago e Leandro. Por outro lado, Vinícius, Ortega, Guilherme Parede e Evandro (parece que vai ser sempre uma promessa), poderiam ser dispensados. Aqui mais incógnitas em relação aos integrantes da base, Taylisson e Mosquito.
Enfim, amigos, por enquanto não podemos ter boas expectativas sobre o que apresentará o Coritiba em 2017. Dispensas e contratações são imprescindíveis, mas de concreto nada temos. Como a temporada recém acabou, vamos dar alguma tolerância para a diretoria mostrar que está trabalhando.
A atual administração só colecionou fracassos no futebol em seus dois primeiros anos de mandato. Certamente os dirigentes sabem e talvez sofram com isso e não irão querer transmitir os cargos para os futuros mandatários com balanço de três anos de insucesso no futebol.
Aguardemos melhores notícias.
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