Bola de Couro
Houve um tempo em que o Coritiba era pródigo em revelar jovens jogadores das suas categorias de base, os quais integravam o time principal por algum tempo e depois rendiam bons negócios para o clube.
Tivemos Rafinha, Henrique, Adriano e Miranda, todos com passagem pela seleção brasileira e agora em fase final de carreira. Claro que não esqueci do maior de todos, o Alex, lançado ainda piá no Coritiba, fazendo mais sucesso no país e no exterior, mas revelou-se nos anos 1990. Nos últimos anos revelamos apenas o Zé Rafael e Raphael Veiga. Ambos titulares no Palmeira e o último convocado para a seleção brasileira. E também o Igor Paixão, negociado para o exterior.
Há um bom tempo não temos mais revelado e aproveitado jogadores vindos das categorias de base, antes de negociá-los. Em 2021 imaginamos que uma nova e promissora safra estava chegando com o elenco que conquistou a Copa do Brasil sub-20.
Daquela equipe Rafael William foi alçado ao time principal e fracassou, sendo marcante o “frango” que aceitou em jogo contra o Fluminense. Natanhael já estava na equipe principal e para ela voltou, mas tem sido muito irregular. Thalisson Gabriel entrou em campo por apenas três vezes e foi emprestado ao Camboriú (série D), de onde voltou há pouco e ainda não se sabe como está. Marcio Silva foi outro que pouco jogou e logo foi emprestado. Ângelo nunca se firmou e foi cedido ao Brusque. Maicky nunca jogou no time principal e está no Taquaritinga, time inexpressivo do interior de São Paulo. Biel foi emprestado ao Novorizontino e Bernardo ao Guarany. Do Alec Gama, Douglas Silva e Iruan Soares nada mais se ouviu falar. O Luizão foi outro que entrou em poucos jogos e não confirmou as expectativas, sendo mandado para outro clube.
Restaram no elenco Natanhael, Thalisson Gabriel, Diogo Batista e Kaio Cesar, nenhum deles ainda se destacando e indicando que poderá ser uma revelação que dará bons frutos ao clube em campo e depois em boa negociação.
Thiago Dombroski pareceu ser uma promissora revelação, mas depois de poucos jogos está sendo negociado sem se esperar que antes auxiliasse o time na ingrata tarefa que está enfrentando, de modo a até se destacar mais, e então poder ser negociado por valor mais alto. Mas nós, os comuns mortais, não sabemos dos mistérios que rondam essas negociações.
Enquanto isso o clube vai contratando veteranos jogadores, sem vínculo afetivo com o Coritiba, alguns a peso de ouro, os quais dificilmente renderão finanças pois a maioria próxima do final de carreira. Se for citar os nomes desses ultrapasso o meu espaço na coluna.
Creio que está aí uma das razões do insucesso do Coritiba nos últimos anos, dentre tantas outras. O time não é renovado, jogadores entram e saem ao ponto de não haver memória que consiga registrar as tantas contratações dos últimos tempos, e raros são os que mostram gostar de jogar do nosso clube. Enquanto isso, outros clubes, em especial o nosso rival, revelam jovens talentos que estão dando retorno em campo e rendendo bem financeiramente.
Aliás, em se tornando o clube uma SAF não deveriam os “managers” buscar encontrar revelações para alcançar o sucesso no time e depois o objetivo de lucro dos investidores?
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