Bola de Couro
Ninguém ganha todas e ninguém ganha sempre. Em qualquer atividade humana e menos ainda no futebol.
Por isso, embora com muito desgosto, às vezes temos que nos curvar às vitórias alheias e aceitar as nossas derrotas.
A história do futebol tem sido assim. O Coritiba, em cento e um (101) anos de campeonato paranaense conquistou trinta e sete (37) vezes o título, ou seja, a cada 2,73 anos o clube é campeão. Isso em um estado que tem três clubes fortes na capital e onde seguidamente clubes do interior se sagram campeões. Talvez o Paraná seja o estado no qual há mais divisão de títulos entre diversos times (15 diferentes, se não estou enganado) e no qual há mais conquistas por clubes do interior. Assim, o número de títulos estaduais nossos é invejável por qualquer clube brasileiro, seja em números absolutos ou em relativos.
Desta forma, ainda que nos momentos seguintes à derrota soframos muito, aos poucos não há como deixar de compreender que é assim mesmo no futebol, desde que se saiba tirar proveito da derrota como adiante abordo.
Mas, e aqui justifico o título da coluna, a derrota nas finais do campeonato precisava ser assim como foi?
Não poderíamos ter perdido o título de cabeça erguida, com derrota por placar apertado e reclamando talvez da sorte ou até da arbitragem e não da incompetência do nosso time? Era necessário que perdêssemos para o nosso maior rival de modo incontestável, sofrendo uma goleada no que se chama de placar agregado? Era necessário que o clube, que se presumia escaldado com o vexame de 2015 frente ao Operário, sofresse baque igual (igual numericamente, pois animicamente foi pior em razão do adversário?
O fracasso poderia ter sido menos amargo, quem sabe, mas talvez tenha sido melhor que tenha sido assim, pois do contrário talvez ficássemos iludidos. Pelo pelo menos os fatos escancararam as carências do time. Se o fracasso no campeonato estadual servir para reflexão e aceitação de que é preciso melhorar, e se houver decisões positivas do comando do clube, evitando repetir os erros dos últimos anos (quando se entendeu que havia elenco e técnico suficiente para um bom desempenho nos campeonatos estaduais e nem nestes nos saímos bem, quanto mais nas disputas nacionais nas quais quase só protagonizamos vexames), quem sabe foi melhor assim?
Às vezes, como diz a sabedoria popular, há males que vêm para o bem.
E também diz a sabedoria popular que errar é humano, mas persistir no erro é burrice.
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Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)