Bola de Couro
O caso Kléber.
Sim, o STJD foi muito rigoroso na condenação do Kléber, cuja suspensão, somadas as penas, alcançou quinze jogos, quase meio campeonato. Em razão de efeito suspensivo obtido pelo departamento jurídico do clube, ele poderá a voltar a jogar até que a pena seja dada como definitiva. Se a Procuradoria do STJD não recorrer, há alguma possibilidade de o Coritiba conseguir redução da pena em razão do seu recurso e do princípio que proíbe a “reformatio in pejus” (não é possível reformar para pior).
Apesar de alguma inconformidade com o rigor da justiça desportiva – que já se mostrou branda com outros clubes em casos semelhantes - não podemos fechar os olhos para o fato de que Kléber foi irresponsável, prejudicou a si próprio e ao clube empregador. Se estava com problemas familiares, como alegou no Tribunal, deveria ter pedido para não jogar, como tantas vezes atletas fizeram. Ele agiu mal, teve conduta contrária às regras do esporte e espero que a direção, ainda que para efeito externo diga em contrário, internamente tome alguma providência em relação ao atleta, cuja presença talvez pudesse fazer com que os resultados dos dois últimos jogos fossem diferentes e cuja falta, quando definitiva a pena, igualmente nos dará prejuízo.
Finanças.
No final de maio, a revista Época publicou reportagem sobre a situação financeira do Coritiba, mas a matéria não obteve repercussão na imprensa local. Como só agora tive conhecimento da publicação, que talvez seja desconhecida para muitos, faço breves referências sobre o seu conteúdo.
De acordo com a publicação, embora persista uma dívida expressiva, o ano de 2016, em comparação ao de 2014, foi marcantemente positivo para as finanças do Coritiba.
Colhe-se da reportagem, dentre outros enfoques, que em 2016 a receita teve crescimento de 72% (parte pelo adiantamento de verba da TV), em relação a 2014, enquanto a dívida cresceu apenas 8%. A maior parcela da dívida, R$ 98 milhões, se refere a tributos não pagos há muitos anos, mas não é exigível a curto prazo, pois através do Profut o clube recebeu 20 anos para liquidação. Preocupante é o passivo trabalhista, em torno de R$ 50 milhões, e talvez de mais difícil solução, uma vez que fatores imponderáveis podem ocorrer para a dívida se tornar exigível a curto ou médio prazo.
Enfim, se nos últimos tempos temos tido raras conquistas na nossa atividade-fim, o futebol, é certo que passos positivos estão sendo dados para a melhora da situação financeira do clube (caso queiram ver a análise e números em detalhes cliquem aqui). Tal como o Coritiba, inúmeros clubes brasileiros enfrentam dificuldades financeiras, muitos até mais do que nós. E tanto quanto conquistas em campo, o clube precisa de solidez financeira, sem a qual não alcança aquelas. Zerar o passivo é impossível a médio prazo e é difícil até a longo prazo. Importante é aos poucos e com segurança ir promovendo a recuperação e não deixar crescer o passivo.
O comentário do leitor.
Perspicaz o comentário do Gerson Lima na minha última coluna:
“A formação 4-3-3 funcionava bem até contra times que tinham 5 no meio, pois Kleber e Berola voltavam para ajudar e Galdezani, Anderson e Alan marcavam muito e se revezam no apoio. Alan e Anderson machucados e Kleber suspenso isso é inviável”.
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