Bola de Couro
Se olharmos para os jogos do Coritiba contra o Fluminense e o São Paulo, podemos dizer que ontem, contra o Santos, o time fez uma boa partida.
Mas se virarmos o retrovisor para o jogo contra o Palmeiras, a conclusão é que o Coritiba não jogou bem ontem.
E para isso, não há como negar, concorreu novamente o teimoso e contraditório treinador Jorginho.
O time que se apresentou muito bem contra o Palmeiras só não poderia ser mantido porque o zagueiro Sabino tem impedimento contratual. No mais, deveria começar com a mesma escalação e o retorno do burocrático Mateus Sales em lugar do Galdezani, que fora muito bem em São Paulo, foi um erro.
Começando mal escalado, o time teve o azar de ter o Natanael em uma noite infeliz. Por mais que nós tenhamos boa vontade com jovens que vêm da base, parece que ele não está ainda maduro para ter lugar certo no time. Os adversários já viram isso e há alguns jogos estão forçando os ataques pelo seu setor. Sabendo disso, o treinador deveria ter instruído um dos volantes a auxiliar na marcação pelo setor, socorrendo o Natanael quando precisasse. Parece que o Mateus Sales teria recebido essa missão, mas não soube desempenhá-la. De qualquer modo, o jovem tem potencial e se bem comandado poderá ser um jogador de destaque.
Depois, tivemos novamente má atuação do Yan Sasse, que contra o Palmeiras deve ter feito o seu bom jogo do ano, gastando a quota. O Hugo Moura foi apenas regular, mas decisivo para a derrota cometendo o pênalti, igual ao que já sofrera, quando parece ter medo de que a bola bata no seu rosto e levanta o braço para se defender dela.
E mais uma vez as substituições estranhas do Jorginho. A entrada do Neilton não foi um erro, pois era necessário que o jogo mudasse para o time ser ofensivo. Mas a entrada do Nathan Fogaça foi mais uma vez um desastre, o rapaz nada joga, não deveria nem mesmo compor o banco de reservas.
E por falar em substituições, será que o Jorginho tem preconceito contra argentinos? Por isso não coloca o Sarrafiore? Ele foi emprestado pelo Internacional não por deficiência técnica, pois neste mesmo campeonato jogou algumas vezes e nas ocasiões em que esteve no time marcou gols. A razão do seu empréstimo foi o fato de o colorado ter oito estrangeiros no elenco, quando só pode usar cinco. Chegou a ser dado pelo próprio D’alessandro, como o seu sucessor no time. Este ano jogou por duas vezes e no ano passado em dezenove ocasiões, fazendo seis gols. Em resumo, tem potencial para jogar no Coritiba e precisamos vê-lo no time.
Enquanto isso, com o Cerutti também não utilizado, Jorginho insiste com o Nathan Fogaça que, assim como o Gabriel, tem as graças do treinador, conduta inexplicável do teimoso Jorginho.
O outro ponto que me chamou a atenção foi a atuação do Ricardo Oliveira. Sei que em dez minutos não dá para mostrar muito, mas não fosse o cartão amarelo que recebeu por reclamação e o seu nome nem teria sido citado pelos narradores do jogo. Temo que tenhamos feito mais uma contratação de “medalhão” que pouco entregará.
Mas as observações sobre o jogo de ontem não são totalmente negativas, embora o resultado tivemos pontos positivos. O Giovani Augusto está jogando muito, fez um golaço. O Henrique Vermudt se mostrou muito firme e consciente na zaga e penso que deve ser titular ao lado do Sabino. Na verdade, no jogo de ontem um empate seria o mais justo, pois tivemos duas excelentes chances de gol, uma na cabeçada do Rodrigo Muniz e uma bola na trave através do Giovani Augusto. E embora essa desculpa tenha valor relativo, tivemos também uma arbitragem que segurou o jogo e errou feio no último lance da partida, quando o Coritiba poderia ter feito ainda uma jogada de ataque com a bola na área. Se o Jorginho tomar um banho de humildade e deixar a teimosia de lado, o time ainda pode alcançar bons resultados, a esta altura, com a posição que estamos na tabela, terminando o primeiro turno na zona de rebaixamento, na verdade precisamos de muitos resultados bons.
Enfim, ficamos na expectativa quanto ao Coritiba repetir atuações como a do jogo contra o Palmeiras ou o temor de eu esse jogo tenha sido o que os médicos chamam de “melhora da morte”, que ocorre quando um doente desenganado repentinamente parece melhorar e família se anima, mas um ou dois dias depois vem a falecer.
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