Bola de Couro
Adoniram Barbosa (para os mais jovens que não sabem, é o compositor de Trem das Onze e Samba do Arnesto), compôs uma música com o nome de Armistício, a qual tem um verso assim:
“Tem um ditado,
Não sei se é inglês ou português
Só sei que o ditado diz
Quem faz uma, faz duas, faz três”.
Os gaúchos também têm um ditado para pessoas que cometem erros e os repetem: “Cachorro comedor de ovelha, só matando”.
Essas expressões me vêm à mente a propósito do nosso treinador, Paulo César Carpegianni, que tal como agiu no próprio Coritiba em 1995 e em outros clubes, não perde o vezo de inventar escalações e modificações inexplicáveis, no mais das vezes com maus resultados.
Ontem, mais uma vez, começou com uma escalação inesperada, com Ruy e Amaral, aquele há meses sem jogar, e com um banco incompleto, sem substitutos diretos para zagueiros e alas. O mau futebol do Amaral foi claro quando se viu a nossa defesa sofrendo pelo meio, sem proteção, com os adversários fazendo linha de passe. Depois, se muitos estavam mal, tirou de campo exatamente o único que jogava bem, o Gonzales, desmontando qualquer possibilidade de armação para levar as bolas aos atacantes (também mal ontem).
Desde 1995, quando pela primeira vez treinou o Coritiba, a história do Carpegianni é marcada por “invenções”. Basta lembrar que, naquele ano, na decisão do campeonato, escalou o zagueiro Jorjão como centroavante. Claro que perdemos.
Mas a história dele com essa característica e conduta não ocorreu só no Coritiba. Busquei na Wikipédia informações sobre a sua história que os amigos podem ler aqui e verificar em quantos clubes foi acusado de invenções no comando das equipes.
Referem-me, aqui em Porto Alegre, que esse seria um traço da sua personalidade, pois nunca se conformou com os comentários no sentido de que foi campeão mundial pelo Flamengo embora qualquer treinador pudesse sê-lo em razão do qualificadíssimo time do Zico, que por si só era capaz do feito. Estaria, então, sempre à procura de afirmação e de tentar mostrar que quem ganhou não foram os jogadores, mas as suas táticas, por estranhas que fossem. Não sei se procede, mas, dizem os italianos, “se non é vero, é bene trovato”.
Nesta altura do campeonato, com a água batendo em nosso pescoço, não é de se pregar a mudança do técnico. Ele tem capacidade e conhecimento, mas deve faça uma introspecção e admitir os erros que tem cometido e não os repetir, deixando de se enquadrar nos versos do Adoniran Barbosa e no ditado dos gaúchos. Voltando a vencer, sem invenções, ele será sem dúvida reconhecido e poderá alcançar a afirmação que há tanto tempo busca.
E por falar em reincidente, outro que não se corrige é o Kléber. O lance em que recebeu o cartão amarelo ontem foi comum do jogo e sua atitude foi totalmente infantil. Espero que ele não esteja querendo repetir o Aristizábal (vou deixar esta afirmação no ar, se necessário, volto).
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