Bola de Couro
Seguindo a senda que percorre desde o campeonato brasileiro de 2013, com passagens pelo mesmo caminho nos últimos campeonatos estaduais, o Coritiba mais uma vez feriu de dor a sua abnegada torcida, desta vez no jogo contra o Santos na manhã deste domingo.
Iniciou a partida muito bem, jogando de forma consciente e sabendo explorar os erros do adversário, notadamente pelo lado direito do nosso ataque, com destaque para Dodô, Ruy, Gonzales e Kléber.
Marcamos o gol em momento importante do jogo, e infelizmente logo em seguida perdemos dois outros, um deles pelo excesso de preciosismo do Leandro (ao final do jogo o Kléber comentou que “às vezes a gente tem muito capricho, quer fazer um gol diferente”, dando nos dedos do companheiro, com justiça). Poderíamos ter “matado” a partida ainda no primeiro tempo.
Na segunda etapa, o Coritiba se iludiu com a maior posse de bola nos primeiros quinze minutos, a qual em nada redundou parecendo que o time estava satisfeito com o resultado, já querendo administrar o jogo, embora tão cedo, talvez por orientação equivocada.
E daí para mais um fracasso não demorou muito.
Primeiro pela saída do Ruy que vinha bem, assim como foi bem contra o Juventude, não havendo explicação para a mudança feita pelo nosso desanimado técnico. Se foi por razão física, isso não veio a público até agora. Piorou o nosso desempenho a substituição do Alan Santos pelo Ícaro, sob o pretexto de que aquele já tinha cartão amarelo, como se não valesse a pena o risco de mantê-lo em campo já que estava jogando bem. O substituto foi um desastre, concorrendo decisivamente para a perda da bola no lance que originou o segundo gol do adversário. Faça-se justiça, com participação mais decisiva do Carlinhos. Enfim, perdemos por falhas individuais tanto ao não fazermos gol como ao deixarmos o adversário fazer, mas também concorreram de modo substancial para isso as substituições feitas pelo nosso técnico (que sempre parece desanimado). E se o modo de jogar como iniciamos o segundo tempo decorreu de orientação dele, maior a responsabilidade concorrente para o mau resultado.
Mas volto um pouco ao elenco para falar em algumas atuações individuais.
Primeiro, me refiro ao Carlinhos. Joga tal como um empregado que pensa somente em cumprir o expediente olhando para o relógio-ponto. É burocrático, e se quase não compromete, também praticamente nada produz. Dou um doce para quem me disser quando foi a última vez que uma jogada do Carlinhos redundou em oportunidade de gol para nós (já nem digo resultado de gol, contento-me se apontarem mera oportunidade de gol). Hoje, além de nada produzir na frente, sua participação no lance que resultou no segundo gol do adversário foi catastrófica. Está mais do que na hora de ser dada oportunidade a outro jogador, que poderá errar como todos erram aqui e ali, mas que pelo menos de vez em quando acerte.
Em segundo lugar, falo sobre a tão decantada base, por cuja utilização muitos, inclusive eu, clamamos sempre. Afinal, se o clube vive uma eterna crise financeira, muito mais barato e com maior probabilidade de acerto é apostar nos jogadores vindos das categorias de base. Mas apostas devem ter tempo de validade. Caso não apareçam de modo categórico como até agora se mostrou o caso do Dodô e já se mostrou definitivamente o Juninho, melhor pensar sobre a utilização das “promessas”, ainda mais muitas ao mesmo tempo. Hoje, Thiago Lopes, Guilherme Parede e Ícaro não foram nada bem, e dentre os mesmos o primeiro parece que já recebeu muitas oportunidades e tenho dúvidas sobre se um dia irá se firmar. Os demais, talvez ainda mereçam ser testados, mas como muito cuidado e não ao mesmo tempo.
Como já ocupei o meu espaço, hoje não vou ser redundante e falar na falta de qualidade do João Paulo. A época dos volantes “quebradores de bola” já passou e ele só se encaixa nesta categoria. Se for analisar a sua mediocridade a cada jogo, cansarei aos leitores pela repetição.
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