Bola de Couro
Não posso deixar de participar do tema do momento entre os meios de comunicação e a torcida do Coritiba: o aproveitamento de atletas jovens, oriundos das chamadas bases, mesclados com jogadores experientes.
Desde o atletiba parece que está se encaminhando uma redenção do time neste campeonato, e há um entusiasmo entre os torcedores, ainda que contido entre os mais frios e vividos.
Pois bem, se na teoria do futebol – e isso é lição quase que rudimentar – não há time formado somente por jovens, ou somente por experientes, que se mantenha bem a médio e menos ainda longo prazo, sendo fundamental a heterogeneidade, o que vemos no momento é que o Coritiba em tese está tomando o rumo certo.
Iniciamos o ano com erros de contratações, decorrentes de má avaliação de quem tinha o poder de sugerir e de decidir, mas a direção do clube soube acordar em tempo e trazer para o elenco jogadores experientes, daqueles que não são apenas rodados, mas também vitoriosos, bem como a comissão técnica soube dar oportunidade para que jovens como Henrique e Rodrigo Ramos tenham vez.
Penso que ainda há muito que corrigir e o comando técnico deve se conscientizar de carências e mudar alguns conceitos.
Não estamos bem no que se chama de primeiro volante, pois nem João Paulo, nem Hélder e muito menos Fabrício são confiáveis e estão à altura de compor um time qualificado.
Também penso que em que pese o nome do Wellington Paulista talvez seja significativo perante Ney Franco, o investimento no Raphael Lucas é muito mais rentável. Aquele é jogador limitado, temperamental e até mesmo às vezes desleal. O jovem Raphael Lucas, por sua vez, promete muito mais, é melhor investimento e melhor estará a partir do momento em que superar a timidez que às vezes demonstra, a qual, coincidentemente ou não, é ressaltada quando escalado juntamente com o Wellington Paulista.
Talvez seja necessário também contratar um zagueiro de peso, preferencialmente líder para o grupo, uma vez que embora a nossa defesa tenha melhorado, os nomes à disposição não são suficientes para um longo campeonato. Um parêntesis: Boa notícia. O nosso zagueiro “quinta coluna” não consta mais na relação do elenco na página do clube.
Goleiros, embora o Bruno só tenha falhado nos dois primeiros jogos, até agora os que temos não nos dão segurança absoluta, tal como como tínhamos com históricos “arqueiros” como Jairo, Manga, Mazzaropi, Rafael e outros. Mas logo veremos ao que veio o “lobo” Wilson e um dia veremos o “menino” Willian Menezes de quem tanto se fala.
Na meia cancha, o setor de criação talvez seja o nosso ponto forte no momento. Além da experiência e técnica do Lúcio Flávio e do Marcos Aurélio (que parece ter no Coritiba o seu habitat), Ruy e Thiago Galhardo, com um pouco mais de destaque para este, têm se mostrado bem e trazem perspectivas de crescimento para a equipe.
Enfim, ainda temos que ver Kléber em boa forma, Carlinhos disputando a vaga com o Henrique, Rodrigo Ramos mostrando que é o que foi na estreia, Cáceres sendo o que foi no atletiba, Esquerdinha tendo regularidade e Ícaro e Mateus Oliveira sendo testados.
Enquanto isso seria bom esquecer-se do Negueba, dar preferência ao Raphael Lucas e tentar usar outro primeiro volante que não os até agora utilizados.
Inegável que o longo e desgastante campeonato brasileiro não permitirá que se tenha um time certo e determinado, pois lesões e suspensões, e até estratégias dependentes do modo de jogar do adversário, farão com que haja muitas variações no curso da disputa. O importante é ter opções e um bom elenco.
Tenho esperança no time dos meninos e lobos.
A opinião dos colunistas não refletem, necessariamente, a opinião do site.
Cada colunista tem sua liberdade de expressão garantida e assinou um termo de uso desse espaço.
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)