Bola de Couro
Não vou falar sobre o time. Seria repetir o que tem sido dito por todos e há todo e muito tempo. De fracasso em fracasso o desempenho do time vem atingindo ao clube, e é sobre este que quero falar hoje.
A direção que assumiu o Coritiba no final do ano passado foi eleita com pouco mais de um terço de votos, o que não lhe tira a legitimidade formal, já disse aqui, mas com um resultado tão apertado supunha eu que sentiria que a maior parte dos associados não a quiseram e que teriam que responder à altura das expectativas não atendidas que aguardamos há anos.
Promessas foram feitas, e agora tudo se prende ao tal “planejamento”, do qual, de modo obstinado, pelo que disse em entrevista, o presidente não quer se afastar embora o fracasso. Imaginava-se uma gestão com responsabilidade (no sentido da origem da palavra “responder”) e que os seus integrantes, todos novatos em administração de futebol - não se venha com currículo em Conselho Deliberativo, que é muito pouco por não ser órgão de gestão – procurariam ouvir e se aconselhar com os mais experientes, os que conhecem efetivamente futebol e os corredores do Couto Pereira. Renovar sempre é bom, a juventude dos integrantes da direção por si só não é indicação de despreparo, mas sem dúvida o ideal é ter uma gestão com jovens com ideias novas aliados a companheiros experientes de modo a haver equilíbrio entre dinamismo e ponderação.
Mas não, parece que uma teimosia próxima da empáfia despreza o afundar paulatino do clube, fruto dos péssimos resultados em campo.
Por isso, penso que agora é o momento de pedir socorro ao Conselho Consultivo do Clube, e mesmo que não seja solicitado formalmente pelo Conselho Administrativo, que o órgão aja de ofício, atendendo aos anseios dos torcedores, para mostrar aos inexperientes dirigentes o caminho que devem trilhar.
O Conselho Consultivo é “órgão de acolhimento e opinião” ao qual competem, dentre outras atribuições, “propor aos demais Conselhos a adoção de medidas que julgar convenientes” (Estatuto do Coritiba, artigo 95 e 97, IV).
Mas por que pedir socorro ao Conselho Consultivo?
Porque se trata de órgão composto essencialmente pelos ex-presidentes do clube, homens que conhecem bem a história do Coritiba e as questões ligadas ao futebol.
Não há como desprezar as histórias de João Jacob Mhel, Joel Malucelli, Sérgio Prosdócimo, Giovani Gionédis e Wilson Ribeiro de Andrade, entre outros, os quais, entre erros e acertos que viveram, certamente poderão mostrar o bom caminho aos inexperientes novos dirigentes do clube.Deixem de lado divergências, unam-se e salvem o Coritiba.
E tal conselho pode se auto convocar sem aguardar solicitação do Conselho Administrativo. E, o que é uma boa coincidência, estatutariamente deve se reunir sempre nos meses de março, embora possa fazê-lo de modo extraordinário a qualquer tempo.
Pois então, repito o título da matéria.
Socorro, Conselho Consultivo.!
Intervenham antes que seja tarde demais, antes que o nosso amado clube se torne menor do que está ficando.
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