Bola de Couro
Em que pese a conquista do campeonato estadual, o resto do ano do Coritiba está perdido. Não há como crer em recuperação milagrosa e tudo indica que mais uma vez vamos ter que nos contentar em somente lutar para evitar o rebaixamento. Erros se sucederam e nos levaram ao momento em que nos encontramos, com a culminância ocorrendo em goleada histórica sofrida ontem para um time que até então havia feito só 13 gols em todo o campeonato.
O primeiro erro foi a efetivação do então técnico interino, um profissional que sem dúvida não está maduro para dirigir equipes de primeira linha, e que parece ter sido aproveitado em razão de ser muito amigo dos jogadores e por ser barato. A contratação do Pachequinho foi feita em momento psicológico bom, uma vez que a torcida estava eufórica pela reconquista do título estadual em cima do rival maior, e muitos, eu inclusive, mesmo que não gostando da solução procuramos dar força ao novel técnico na esperança de que viesse a ter sucesso, conscientes de que naquele momento não adiantava ir contra.
Mas passada a arrancada do campeonato brasileiro, quando parecia que finalmente a nossa história seria outra, a ilusão se desvaneceu e o time entrou em processo de degradação, mostrando os seus limites e alcançando a triste marca de uma vitória nos últimos dez jogos.
Outro erro foi a precipitação do nosso presidente e do diretor de futebol em afirmar que tínhamos um time repleto de craques e que lutaríamos por vaga na Copa Libertadores ou, quem sabe, até pelo título nacional. Sonhar alto é bom, mas a realidade exige que se tenha consciência dos limites.
E ainda que a mudança do comando técnico esteja encaminhada, apenas não se sabendo até agora a quem será entregue, o elenco não pode ser mudado de uma hora para outra e temos que ir com ele até o fim (por muito tempo sem o irresponsável Kléber).
É certo que nas contratações de jogadores nem sempre há acertos, isso acontece com todas as direções de todos os clubes. Mas no atual Coritiba dentre os 21 contratados neste ano o número fracassos supera em muito o do que mostraram algo de bom. De um lado, Márcio, Anderson e Galdezani (embora não seja tudo o que parecia ser). De outro Geterson, Léo Santos, Alecsandro, Filigrana, Léo e outros menos votados. Não se pode esquecer do Daniel, que parece veio apenas para Curitiba e não para o Coritiba, e da incógnita que é o Baujhoann, que está conosco mais por força de querer vir morar no Brasil. E nem dos sempre “chinelinhos” e dos que têm lesões estranhas (outra hora falo sobre isso). E agora, para coroar o ilusionismo, se a negociação com o Keirrisson foi feita com o objetivo de solucionar uma pendência trabalhista, jamais a direção poderia anunciar o pobre rapaz como “reforço” com direito a fotografia com o presidente.
Enfim, difícil crer que no pouco tempo que resta e com a equipe que temos, um novo técnico vá fazer mais do que lutar para que nos mantenhamos na primeira linha do futebol nacional. A esperança é a última que morre, diz a voz popular, mas a realidade mostra que será muito difícil recuperação ao ponto de alguma mínima conquista.
Folha salarial.
Há pouco tempo escrevi aqui que o dirigente Ernesto Pedroso afirmara para mim que a folha salarial do Coritiba estava em dia, e há poucos dias também reproduzi texto da revista Época sobre o bom caminhar das finanças do Coritiba.
Agora, porém, assopram-me, lá de dentro, que teríamos caixa para manter a folha salarial em dia somente até o mês de setembro próximo. Se isso for verdade – espero ser desmentido – sabendo-se que jogadores de futebol dos tempos atuais raramente atuam por ideal e que os clubes são constituídos de “ciganos”, temo muito pelo que virá, tanto em termos de desempenho do time como de administração em face das regras para manutenção dos benefícios do Profut. Tomara que a minha fonte esteja enganada.
O comentário do leitor.
Em comentário na minha última coluna, o leitor e amigo virtual Alvaro Rosa, que se identifica como Alvaro A., disse compreender como deve ser difícil para os colunistas escrever sobre o atual Coritiba. Quando do mesmo texto, o leitor Júlio César, que se identifica como Julio J. disse do seu sofrimento com o Coritiba e imaginar como é o meu.
Ambos torcedores que acompanham o Coritiba há decênios e que já viveram tempos de glórias cada vez mais distantes. E ambos com razão.
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