Bola de Couro
Não pude assistir ao jogo de sexta-feira contra o Vila Nova, em razão de estar atendendo a compromissos em outro Estado. Assisti depois somente aos melhores momentos do jogo.
Os vídeos com os ditos melhores momentos nem sempre são base suficiente para analisar um jogo e o desempenho de um time, mas do pouco que pude ver, e especialmente pelo que li e ouvi de amigos, finalmente o Coritiba teria jogado bem, não um primor, mas muito acima do que vinha apresentando de modo a nos deixar temerosos pelo futuro do time.
Assim como uma ou duas más partidas nem sempre são suficientes para afirmar que o time é ruim (no nosso caso foram muitas partidas), uma só é um alento de esperança, mas nem por isso suficiente para nos acomodarmos e menos ainda ter euforia. Vamos com confiança, mas com calma.
Saber que Alisson Farias foi bem, assim como a nova dupla de zaga, é positivo. Mas saber também que João Paulo e Simião fizeram uma boa partida parece mais um acidente de percurso, pois sabemos da falta de qualidade técnica de ambos.
Mas o que importa é que o time pareceu ajustado e mais uma vez vamos tentar dar um crédito de confiança. Não sem ficar com “um olho no peixe e outro no gato”.
A provocação do Petraglia.
Pelo mesmo motivo que expus antes, não tive oportunidade de comentar a provocação do chefe do Atlético-Pr (ou dono, conforme afirma um ilustre cronista da praça), no sentido de que o Coritiba se encaminha para ter apenas existência e não mais grandeza, comparando o nosso futuro com o do América-RJ. Abro um parêntese: Claro que ele esquece das impagáveis dívidas do seu clube, notadamente perante a Agência de Fomento do Estado, já na casa de 500 milhões de reais.
Da sua fala extraí as seguintes passagens: O Coritiba vai existir. O América do Rio existe. Não acabam. Mas a que nível vai existir? Essa é a pergunta... O Coritiba deitou em berço esplêndido, era o mais rico, único campeão brasileiro, com estádio e achou que o que estávamos fazendo não atrapalharia a vida dele. Ficaram para trás, né? Então agora vai existir, mas a que nível?
Pois embora tenhamos forte antipatia pelo referido “dono” do rival, ele não deixa de ter alguma razão.Realmente não só paramos no tempo como retrocedemos. E infelizmente diretorias se sucedem e nenhuma visão de grandeza apresentam. Quando o vice-presidente Alceni Guerra falou que um dos caminhos para nós seria um estádio novo – ou talvez uma reforma radical do velho Couto - muitos, a maioria talvez, saíram a gritar que o que precisávamos era de time, e não de melhoria no patrimônio. Pois hoje não temos nem time e nem melhoria no patrimônio (salvo o setor Pro Tork), sem contar um decréscimo acentuado do quadro associativo, e estamos no grupo inferior dos clubes brasileiros.
Deveríamos aceitar a provocação para uma reflexão sobre a visão estreita que nos orienta há muito.
Que Coritiba queremos? Um clube que conquiste aqui e ali um título estadual e que quando na primeira divisão se satisfaça em nela permanecer, ou que procure ter grandeza e projete sonhos altos? O que temos visto nos últimos quase trinta anos – exceção feita a 1998, 2003, 2011 e 2012 – é um quadro que responde à primeira parte da pergunta. Quem sabe, assim como o rival renasceu a partir de uma goleada histórica que lhes aplicamos, aproveitamos a provocação e a inexperiente diretoria busque apoio em nomes de peso do clube (veja aqui), para finalmente ocorrer uma refundação?
O trem da história está passando. Se o Coritiba não se recriar, com coragem e audácia responsáveis, realmente o nosso futuro não é nada auspicioso.Infelizmente o presente assim indica e divisamos nosso futuro com a luneta apontada ao contrário.
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