Bola de Couro
Amanhã os associados do Coritiba votarão, através de assembleia geral on line, a aprovação ou não de mudança radical do clube, qual seja de simples associação para uma sociedade anônima de futebol.
O assunto tem gerado debates nas redes sociais, inclusive neste espaço e entre jornalistas, mas me parece que é o único caminho encontrado para superação das tantas dificuldades financeiras que se acumulam no passivo do clube há muitos anos e que impedem avançar, quando não levando para uma situação falimentar, só impedida em razão do pedido de recuperação judicial. Desde que foi campeão brasileiro o Coritiba só teve alguns lampejos de sucesso em um ou outro ano, mas no mais se mostrou em decadência, em que pese a fidelidade mantida por sua torcida. Como está não pode continuar. o Coritiba não pode mais ser administrado de modo amador - por mais que idealistas possam ser os dirigentes - que não encontra guarida no futebol moderno, e sem a visão, que me parece fundamental na SAF, de que os resultados em campo se reflitam nas receitas e patrimônio, formando um ciclo virtuoso.
A SAF dará certo? Será mesmo nossa redenção? São dúvidas que só o tempo esclarecerá, mas, repito, o Coritiba não pode mais ficar como está, desconhecendo que os tempos são outros e exigem audácia. Não tive oportunidade de participar de reunião de esclarecimento ou mesmo de ler o contrato – que dizem teria 500 laudas aproximadamente – mas não vejo como não dar um voto de confiança à providência encaminhada e aos dirigentes que, embora fracassando no quesito resultados em campo, mostram-se dedicados e corretos.
A experiência, até agora foi exitosa para o Botafogo e Cruzeiro, assim vistos os resultados em campo até agora, embora o mesmo não tenha acontecido ainda com Bahia e Vasco. Todos clubes com dívidas acumuladas maiores do que as do Coritiba - a do Cruzeiro é quatro vezes maior do que a nossa, a do Botafogo quase três vezes maior – e todos vindos de maus resultados nos últimos anos, em especial no futebol, que os levou, assim como aconteceu conosco, a ficar submergindo e emergindo de divisões.
Dentre esses clubes que optaram pela solução a nossa será a SAF com maior aporte financeiro até agora. Curitiba e a região metropolitana, sul e litoral do Estado do Paraná têm expressivo potencial populacional e econômico e certamente isso foi visto pelos investidores.
Se a estabilização do clube depende da quitação das dívidas e do aporte de novas receitas, certamente isso se refletirá no futebol propriamente dito, sem contar no patrimônio com a renovação do nosso estádio e do centro de treinamentos. Ou seja, em médio e longo prazo a expectativa é de sucesso do clube.
Como já disse em outra coluna publicada há alguns dias, penso que o Coritiba estará sendo refundado, pois a medida não traz consigo somente reformas, mas principalmente um novo modo de pensar e gerir que em tese promete ser bem-sucedido. Quando da assembleia geral vou votar pela aprovação da mudança, talvez uma das mais importantes de nossa história.
Audaces fortuna juvat (aos audazes a sorte ajuda, em tradução livre).
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