Bola de Couro
Selado o destino do Coritiba no campeonato nacional da série B – não sobe e nem cai – se iniciam as discussões sobre as causas que levaram o clube a esse estado deplorável, tanto pelos consecutivos fracassos do ano como pela ausência de qualquer perspectiva positiva para o próximo e talvez para 2020.
O triste fim do Coritiba, alcançado cinco rodadas antes do final do campeonato, foi há muito anunciado por erros sistemáticos e seguidos, os quais só não viu quem não quis.
Primeiro, a falta de reflexão da direção eleita no final do ano passado, quando alcançou 37% dos votos consumados, ou seja, 63% dos votantes tiveram outra opção, enquanto o total dos votos obtidos representou 1/6 do colégio eleitoral da época. Isso não deslegitima o resultado, sempre assim afirmei, foi obtido democraticamente e dentro das regras do processo eleitoral. Mas, com a soberba que até então não se sabia que caracterizaria a atual direção, faltou uma reflexão dos eleitos de modo a sentir que não estavam representando a maior parte dos associados e que seria necessário um gesto de grandeza para compor com nomes de outros movimentos que tivessem vivência positiva no Coritiba. Todos do grupo vencedor eram marcadamente inexperientes, tanto que o presidente eleito até então só ocupara cargo no clube a partir de 2015, ou seja, com somente dois anos de vivência e ainda assim nos conselhos fiscal e deliberativo, o que tornava duvidosa a sua qualificação para tão grande encargo.
Depois, mas certamente fruto dessa inexperiência, a gestão iniciou com o erro de superestimar os jovens da base e o treinador da casa, entendendo que seriam suficientes para disputar o campeonato estadual e a Copa do Brasil. Fracasso no primeiro, com derrota vexatória para um time alternativo do maior rival, e papelão no segundo, onde já no primeiro jogo contra um time amador do Piauí o Coritiba somente empatou graças a um gol “achado” no final do jogo.
Sempre afirmando estar no caminho certo, a direção entregou a um suposto entendido a gerência do departamento de futebol, o qual encheu o Coritiba com duas dezenas de “pangarés”, quando a simples contratação de menos da metade, desde que capacitados, poderia fazer com que o time estivesse apto a ter sucesso na disputa da série B menos qualificada dos últimos anos.
Manifestações, crônicas, sites, redes sociais, todos os coritibanos (talvez exceto a torcida organizada que elegeu o grupo) mostraram a sua indignação com o modo pelo qual a gestão começava e os fracassos em competições menores, supondo que pelo menos para a disputa visando o retorno à série A a direção faria um mea culpa e se redimiria.
Qual nada, longe da autocrítica, sempre afirmaram os dirigentes, em especial o presidente, que estávamos no caminho certo e que logo viria o sucesso.
Mas ao contrário, o desastre gerencial continuou e se agravou, culminando neste final de ano triste, humilhante e sem perspectivas.
Mas o tema é de difícil esgotamento em uma só coluna, e prossigo em próxima.
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