Bola de Couro
Há jogos de futebol que nunca esquecemos.
Os da minha geração não esquecem Brasil x 1 x 0 Inglaterra, na Copa do Mundo de 1970, tido por muitos como o melhor jogo de todos os mundiais. Gerações que se seguiram têm como inesquecível o jogo no qual o Coritiba conquistou o título de campeão brasileiro em 1985, assim como a vitória contra o São Paulo, em 1998, quando o Couto Pereira foi pequeno para tanta gente que quis assistir a partida. Mais proximamente, como se esquecer da goleada de 6 x 0 que aplicamos no Palmeiras em 2011?
Pois amigos, por paradoxal que possa parecer, o jogo de hoje contra o PSTC também deve entrar no rol dos inesquecíveis. Mas ao contrário daqueles, esse pelo baixíssimo nível de um dos piores jogos de futebol profissional que já assisti na vida. Dois times sem a menor técnica individual e coletiva, tratando a bola aos trambolhões, um deles achando um gol que talvez não merecesse pelo que não jogou. O que se viu hoje em Cornélio Procópio certamente não se vê na Vila Fany ou em Santa Quitéria.
Ah, mas a torcida do Coritiba – o Rauen incluído – é muito exigente, ou como disse certa vez o Alex, para chata basta uma vírgula. Afinal, estamos nos classificando para a segunda fase do campeonato estadual. Vencemos o jogo. Por que reclamar?
Mas isso basta? São esses os limites que queremos para o Coritiba, vencer acidentalmente um dos mais fracos times do Estado e ir bem ou razoavelmente bem no campeonato estadual? Se é assim, os que concordam podem para a leitura por aqui.
Claro que não, nosso orgulho, cuja história a cada dia fica mais distante, tem que ser resgatado logo antes que nos tornemos cada vez menores e isso só ocorrerá se tivermos um time confiável que possa fazer um papel pelo menos razoável na disputa nacional. Mas infelizmente diante do que se tem visto em campo é grande o risco de repetirmos o que ocorreu com o Paraná Clube, o Avaí e outros, que retornaram para a série A e no ano seguinte foram novamente rebaixados.
É lugar comum dizer que um jogo como o de hoje teria sido para esquecer. Penso diferente. Não podemos esquecer de tão pífio desempenho, de um time tão fraco e tão mal dirigido (em campo e fora dele). Se esquecermos, acabaremos repetindo o que ocorreu neste domingo.
A direção deve ver e rever a gravação do jogo de hoje e não o esquecer. Talvez se convença de que não montou um time e acorde ainda em tempo. Para tanto deverá também se convencer que quem escolheu a quase totalidade dos atuais atletas é incompetente para a função como mostram os resultados.
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