Bola de Couro
O Coritiba deste ano, aprofundando - e muito - o fracasso da gestão passada, mostra que para ser dirigente não basta gostar do clube e nem só ter bons projetos, embora isso também seja importante.
Muito além disso, para dirigir qualquer clube de futebol – ou até qualquer entidade de médio e grande porte, já nem falo da administração pública – há que ser líder, quase um estadista, ou seja, aquele que sabe mobilizar pessoas, agregá-las e administrar um caminho para o sucesso da entidade. E para isso é primordial ter a confiança dos seus liderados, sem a qual não há bons propósitos que gerem resultado.
No Coritiba do passado, nem tão remoto assim, tivemos alguns dirigentes que, com acertos e erros, tinham carisma e liderança e despertavam a confiança da torcida. Pode ser que alguns discordem de mim, o que respeito, mas neste quesito nos últimos anos somente o Gionédis e o Vilson podem ser considerados líderes. O primeiro dirigiu o clube em um rebaixamento de divisão, mas também antes foi duas vezes campeão estadual e nos levou a disputar a Copa Libertadores da América, de cuja primeira fase não passamos pela arrogância de um suposto treinador (mas isso pode ser assunto para outro dia). E o segundo, ainda que inicialmente não fosse o presidente de direito, como comandante de fato fez com que o clube voltasse à primeira divisão, conquistasse quatro títulos estaduais consecutivos e chegasse a duas finais da Copa do Brasil. A partir de então o clube decaiu nos resultados em campo, é verdade, mas não se pode esquecer que o Alex (olha aí mais um motivo para divergirem de mim), ao contrário de somar para o clube que o revelou, pouco produziu e instaurou a cizânia naquela gestão.
Pois no atual Coritiba infelizmente não se vê isso, dirigentes com liderança e que despertem confiança na torcida. Em sua penúltima coluna o confrade Ricardo Honório postou uma foto do G5, que copiei para cá, a qual mostra bem o ânimo dos que estão comandando (?) o clube. Olhares distantes, cabisbaixos, corpo apoiado na parede, retrato, enfim, de um grupo que parece não saber onde está e o que fazer, mas que nem por isso admite o fracasso e procura socorro como tantas vezes tantos propuseram.
Não seria de se esperar que com um grupo com o ânimo mostrado na foto, o Coritiba pudesse ir bem. O time, apontado como o pior ou pelo menos um dos piores da nossa história, certamente é reflexo da sua direção.
Uma imagem vale mesmo mais do que mil palavras.
Enquanto isso, o rival...bem, deixa para lá.
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