Bola de Couro
Assisti com muita tranquilidade ao jogo entre o Coritiba e o Goiás. Quando nada mais se espera do nosso time e quando ele não tem mais o que alcançar no campeonato, parece que perdemos a capacidade de nos emocionar. O clima do jogo, triste pela falta de ambição e pelo estádio vazio, certamente contribuiu para este estado de ânimo. De qualquer modo, pareceu-me que o time se saiu melhor do que nas últimas apresentações, ainda mais considerando que se tratava de um adversário mais forte diante da notória desqualificação técnica do nosso time.
Mas como no campeonato Inês é morta, quero falar sobre outro tema relacionado ao Coritiba.
Pouco mais de dois meses após ter assumido a direção de futebol do Coritiba, Paulo Pelaipe anunciou o seu desligamento a partir do próximo ano. A justificativa foi a questão salarial, uma vez que, em face da perda expressiva de arrecadação a partir do próximo ano, o Coritiba não poderá continuar a pagar os seus salários, os quais, em razão da afirmação, se presume sejam polpudos e além das forças do clube.
Foi um verdadeiro meteoro na história do Coritiba. Nem bem começou e já vai terminar, sem que tenha mostrado a que veio, salvo as discutíveis contratações do Escobar e do falastrão Argel.
Muito pouco para quem se apresentou com currículo onde constavam sucessos no Grêmio e no Flamengo.
E infelizmente mais uma precipitada forma de administrar, pois no final de agosto, quando ele foi contratado, o destino do Coritiba, a manutenção na segunda divisão, era muito mais possível do que um eventual retorno à série A. Com a perspectiva já desenhada era previsível a marcante queda de arrecadação no próximo ano, o que já então não aconselharia a contratação de profissional muito caro, a não ser que a previsão fosse mesmo a de manutenção só para este ano, o que nunca nos foi dito.
E como tudo indica que a autossuficiente atual direção não irá se afastar e nem aceitar a coparticipação na gestão de nomes de peso e com história no Coritiba, o que resta é torcer para que finalmente acerte ao escolher um gerente de futebol competente e que saiba descobrir talentos. O nome ventilado até agora, Rodrigo Pastana, vem de uma temporada de sucesso – a subida do Paraná Clube à série A – e uma de fracasso, a pior campanha da história da série B do mesmo clube. Se confirmado, será mais uma aposta que nos levará a torcer para que não dê errado como inúmeras outras deste ano. Aguardemos, com um olho no peixe e outro no gato.
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