Bola de Couro
A despeito de uma esperança que pareceu ter vindo na última sexta-feira, o Coritiba voltou a não se apresentar bem e a nos preocupar.
Desta vez, as falhas maiores foram as da defesa, na qual Alex Alves se mostrou muito mal, não sendo compreensível que, afirmando todos que a dupla de zaga do jogo contra o Vila Nova teria sido destaque, ele recuperasse a posição tão somente pelo nome mais forte. De ressaltar que até ontem o time do Londrina só havia marcado quatro gols no campeonato, ou seja, permitimos que a sua artilharia quase dobrasse o número em uma só partida.
Na ala esquerda, mais uma má partida do Abner, que se mostra pesado para uma função que exige velocidade.
No ataque, Alysson Farias mostrou que tem futebol, mas precisa com urgência ser alertado de que joga em equipe, pois tenta jogadas individuais exageradas e inúteis, ocasionando bolas perdidas que com constância permitem contra-ataques. Pablo desta vez me pareceu produtivo, mantendo uma boa postura tática, mas realmente tem dificuldades para concluir. E o Bruno Moraes dispensaria qualquer comentário, fraquíssimo e pelo que mostrou não dá para acreditar que foi artilheiro em outras equipes.
Mas um ponto me chamou muito a atenção ontem, qual seja a queda de rendimento do time desde o momento em que o João Paulo, lesionado, deixou o campo.
João Paulo é sabidamente um jogador de fraca qualificação técnica, embora muito esforçado (mas essa condição por si só não basta). Joga muito mais usando passes laterais, procura quem está mais próximo para entregar a bola, ainda que seja um jogador adversário. Destacou-se pelo gol que fez contra o Vila Nova e ontem sem dúvida o time caiu de produção com a sua saída, até porque dessa vez o Vinicius Kiss não foi bem.
Mas aí é que está o paradoxo (no conceito de aparente falta de nexo ou de lógica; contradição). Se o João Paulo, limitado como é, está se saindo bem, não seria por que o restante do time está no mesmo nível seu ou até abaixo? É um jogador com trinta e três anos de idade e se até há poucos dias se mostrava sempre sem qualificação técnica, não seria de uma hora para a outra que uma inspiração pudesse torná-lo bom jogador.
Enfim, se a apresentação de ontem trouxe de volta as nossas preocupações, saber que o João Paulo é que deu um pouco de estabilidade à equipe na primeira etapa é tanto ou mais preocupante.
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