Bola de Couro
Como todos sabem, o Conselho Deliberativo do Coritiba decidiu, por maioria, pelo arquivamento do pedido de convocação de assembleia geral com vistas à destituição dos membros do Conselho Administrativo (leia-se, presidente e vices).
Foi fundamental para a decisão a manifestação madura do ex-presidente Vilson, que com a sua liderança e carisma influenciou o resultado. Aliás, o Vilson tem apagado incêndios no Coritiba, como fez em 2010 nos levantando depois da catástrofe de 06 de dezembro de 2009. E se vai realmente influir nos destinos do cluibe como eminência parda a subsidiar os inexperientes e despreparados dirigentes, tal como tem circulado (e talvez tenha sido fator para a decisão dos conselheiros), certamente será importante para nos reerguer mais uma vez.
É de se esperar que para a direção a iniciativa dos conselheiros em pedir o impeachment seja recebida como um “pito”, para que não reiterem o mau comportamento da gestão até aqui fracassada.
Muito tem que ser mudado no Coritiba, a partir da relação da direção com torcedores, imprensa e especialmente os nomes históricos que foram afastados de qualquer participação. A soberba que até aqui reinou deve dar lugar a uma reflexão sobre os tantos erros que foram praticados e que, como adiante direi, parece que teimam em continuar.
Recuperar a credibilidade do clube e a confiança da torcida, não será tarefa fácil. Também não será fácil administrar o clube com as receitas muito reduzidas em razão de vários fatores que já foram apontados aqui. Vamos dar um voto de confiança esperando que a participação do ex-presidente Vilson seja decisiva e a até aqui fracassada gestão tenha humildade para buscar aconselhamento também com outros que têm a sabedoria acumulada pela experiência na vida do futebol.
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Disse antes que até agora os erros continuam. A direção não tem se ajudado para mudar o quadro vivido pelo futebol, o meio e finalidade do clube.
Recontratar o Argel foi um erro. Trata-se de um treinador (não é técnico, já expliquei a diferença) que passou por nada menos que 23 clubes em 10 anos de carreira, ou seja, tem média de 2,3 clubes por ano (!), vivendo de rescisões em rescisões. Com exceção do Internacional, no qual foi campeão estadual em 2016, mas depois concorreu decisivamente para a queda do clube para a segunda divisão (antes de ser demitido o time teve um período no campeonato em que alcançou apenas 1 ponto em 18 disputados), atuou somente em clubes de menor expressão. É mestre no auto marketing, como pode avaliar quem ouve as suas entrevistas. Atua praticamente somente como motivador, ação que logo se esgota perante os atletas. Nessa linha de conduta, há poucos dias disse que irá recuperar o futebol do Iago e do Tiago Lopes. Mas alguém pode recuperar o que nunca teve?
Claro que vou torcer para que tenha sucesso, pois o que interessa é o sucesso do Coritiba, mas que será difícil, será.
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