Bola de Couro
Ao longo de sua história mais do que centenária, o Coritiba apresentou grande times que ficaram registrados na memória dos torcedores de todas as gerações.
Assim foi com o time de 2010/2012, quando voltou à primeira divisão por antecipação, foi campeão estadual invicto, disputou duas finais da Copa do Brasil e especialmente obteve o recorde de vinte e quatro vitórias consecutivas, sendo, na época, o time mais vitorioso do mundo.
Outro time que encantou a torcida foi o de 1998, que na fase de pontos corridos ficou em terceiro lugar e teve apenas quatro derrotas em todo o campeonato.
Os mais velhos não esquecem os times do período de ouro, entre 1968 e 1985, quando obtivemos nada menos do que dez títulos estaduais em doze anos, passando pelo título do Torneio do Povo, duas semifinais do campeonato nacional e culminando com o campeonato brasileiro de 1985.
E ninguém deslembra também do time de 1989 que, não fosse um erro estratégico da direção ao peitar a CBF, talvez tivesse obtido o segundo título nacional, tão qualificada que era a equipe.
E agora estamos vendo um time que também será inesquecível. Não pela qualidade e conquistas, mas, pelo contrário, pela ruindade e fracasso. Dezesseis jogos consecutivos sem vitórias não é conquista para qualquer um. Ultrapassamos o Náutico de 2003, que ficou doze jogos consecutivos sem vencer, assim como o poderoso Ipatinga que em 2012 alcançou a marca de doze jogos seguidos sem vitórias, sem contar o Palmas, do Tocantins, que pela série D de 2020 perdeu quatorze jogos em sequência.
Essa mancha nunca será tirada da nossa história. Podemos voltar a ser um grande clube e ter um bom time – a esperança é a última que morre – mas não enquanto tivermos um plantel com tantos “pangarés” como o atual. Com a qualidade (?) individual de quase todos os nossos atletas, não há comissão técnica que funcione e tenha sucesso, ainda que saibamos, em especial pelo que mostra nas substituições no curso dos jogos, que o treinador atual está longe do ideal.
Enfim, esse é o Coritiba que está saindo da condição de simples associação para a de sociedade anônima, deixando aquele cenário do modo mais triste possível para a sua dedicada torcida. Os culpados e as causas estão aí (especialmente quem montou esse arremedo do time), seria gastar espaço demasiado enumerá-los. Não há correção de rumo desejável que não seja o objetivo mínimo de tentar se manter na primeira divisão, mas mesmo para isso o horizonte está muito nebuloso.
Há muito o que dizer, mas paradoxalmente nada mais há que se dizer.
A opinião dos colunistas não refletem, necessariamente, a opinião do site.
Cada colunista tem sua liberdade de expressão garantida e assinou um termo de uso desse espaço.
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)