Bola de Couro
Há alguns dias recebi mensagem da operadora de TV Sky, dando conta de que neste ano não transmitirá o campeonato paranaense e convidando-me a escolher o de outro Estado.
Fiquei inconformado e telefonei para a operadora, pronto para fazer veementes reclamações e reivindicar o meu direito como consumidor, mas logo no inicio da conversa fui surpreendido com a informação de que o Coritiba e o Atlético não haviam aceitado a proposta da rede Globo (proprietária e administradora do sistema Première F.C.) para a transmissão do campeonato estadual, fato que em seguida se confirmou pelo noticiário do dia. Em consequência, nenhuma operadora transmitirá o campeonato paranaense.
Penso que, não pelo meu interesse pessoal, foi uma decisão nada inteligente e, pior, preocupante pelas razões que exporei ao final.
Digo nada inteligente porque o Coritiba não está em condições de exigir preço, pois o produto que entregou nos últimos anos foi medíocre e provavelmente a rede de televisão ofertou valor módico em razão do fraco retorno que deve ter recebido em audiência. Embora desejemos ter, não temos mais a força de tempos idos. Somos no máximo um clube de futebol médio, com risco de estar caminhando para pequeno ao que se tem visto. Não sei qual foi a exigência dos nossos clubes, mas não tenho dúvida de que não merecem receber mais do que os baianos, pernambucanos ou catarinenses.
Depois, a exposição na TV, ainda que com pagamento inferior ao desejado, ao menos traria retorno para a marca e o nome Coritiba e para os produtos que comercializa. Sem exposição, mesmo que tenha sucesso no campeonato estadual o clube não terá o seu nome divulgado e em consequência certamente menos produtos da sua marca venderá nos primeiros meses do ano.
E mais, em sendo o Paraná um Estado no qual os clubes de futebol da capital têm pouca expressão no interior, a exibição da marca e do time do Coritiba na TV certamente poderia fazer com que pelo menos o nome do clube fosse se espraiando para um dia talvez se solidificar na nossa província.
Mas o que mais me preocupa é que o episódio parece mostrar que o andar do Coritiba está a reboque do Atlético. Tal como agora, o Coritiba seguiu ao rival na questão da primeira liga também no tocante à verba de televisão. Nesses episódios, foi sempre o rival que falou primeiro, por isso não é temerária a minha afirmação. Houvesse o Coritiba caminhado pelas próprias pernas, poderia não ter o pagamento que deseja ou que pensa que vale, mas certamente receberia valor adequado ao seu tamanho, deixando o rival à própria sorte e ao esquecimento na mídia. Tenho medo de que fatos semelhantes venham a ocorrer, até mesmo em relação ao Couto Pereira e a volta da proposta de estádio único. Sei que estou usando um exemplo “ad terrorem”, mas com os passos que vem dando o Coritiba parece se encaminhar mais para ficar menor do que para se reerguer. Espero muito estar errado.
E hoje nem vou falar da cogitação da contratação de um ex-jogador, como se o Coritiba fosse um clubinho do interior que traz um nome (só o nome) para aparecer na mídia. Talvez sejam boatos infundados e não quero me precipitar. E nem falarei sobre os nomes dos ditos “reforços”(?) que nos apresentaram até agora. Voltarei ao assunto na próxima semana, quando certamente se terá a confirmação ou a rejeição do boato.
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