Bola de Couro
No futebol não há vitória ruim. É uma afirmação, reconheço, um tanto acaciana e até pueril.
Quem acompanha o futebol sabe muito bem que há vitórias que entram no rol das espetaculares e inesquecíveis como foi o penúltimo atletiba e os 6 x 0 contra o Palmeiras em 2011, mas há outras que nos deixam apenas com um sentimento de alívio, por talvez imerecidas, não nos animando a ter perspectivas melhores. Algumas, porém, nos satisfazem por ver o time jogando bem, merecendo o resultado e especialmente nos deixando com esperança de que a equipe está bem ajustada e se encaminhando para melhores dias.
O jogo de ontem tenho que se enquadra na última categoria. Foi uma vitória suada, difícil, mas incontestável. Jogamos bem, muito melhor do que o adversário e, não fosse o excelente goleiro do Vitória, teríamos alcançado um placar maior.
O resultado de 1 x 0, para quem não viu o jogo, pode indicar que teria sido uma partida parelha, onde um detalhe resolveu, mas não foi assim. O Coritiba começou um pouco vacilante, mas aos poucos foi se ajustando e passando a dominar o adversário. Não fossem alguns centímetros que levaram a bola contra a trave já teria aberto o placar ainda na primeira etapa. No segundo tempo o time sobrou em campo, com consistente atuação coletiva e boas atuações individuais – notadamente Galdezani, Willian Mateus e Henrique Almeida – só não fazendo um placar dilatado pela noite muito feliz do goleiro adversário. E as substituições do Pachequinho foram acertadas, ou ao menos mostrou que tem estrela, uma vez que o gol nasceu e foi criado exatamente por dois atletas que entraram a partir da metade da segunda etapa.
Ainda que seja cedo para se entusiasmar muito, ainda mais quem acompanha o futebol há décadas, tudo indica que neste ano temos perspectivas de lutar por um lugar de destaque no campeonato e ao final figurar, quem sabe, dentre os classificados para a Copa Libertadores da América.
Claro,temos algumas deficiências a serem superadas. Precisamos de mais um zagueiro que esteja em condições de disputar a titularidade – espero que não seja o Ernando, cujas referências aqui em Porto Alegre não são as melhores. Com uma contratação aqui e ali, bem pensada, poderemos completar um bom elenco, esperando que o Alecsandro, depois de diminuir a barriga que mostrou na sua infeliz estreia, possa se somar aos atuais atacantes (talvez o setor melhor composto), e que o ineficiente e contraproducente João Paulo não volte a jogar para evitar os tantos contra-ataques que gosta de oferecer ao adversário. (O futebol tem os seus desígnios, e parece que o fato de o time melhorar desde que o João Paulo se afastou não é simples coincidência).
Enfim, não podemos nos esquecer de que o campeonato brasileiro é disputadíssimo e nem de 2013, quando o Coritiba teve um início entusiasmante, figurando várias rodadas como líder e por um bom tempo invicto, mas a partir de determinado momento degringolou e só restou como meta escapar do rebaixamento. Se o time mantiver a qualidade que mostrou nos três primeiros jogos e se comportar pensando que cada partida é a mais importante, enquanto por seu lado a direção do futebol souber bem contratar para as poucas carências, temos que confiar que 2017 será um ano melhor.
A opinião dos colunistas não refletem, necessariamente, a opinião do site.
Cada colunista tem sua liberdade de expressão garantida e assinou um termo de uso desse espaço.
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)