Camarote do Foguetinho
A figura de um diretor de futebol com identidade é uma imposição imediata. Jogadores dispensados, critérios duvidosos, etc.
Como a maior parte da grande e apaixonada nação Coritibana, vejo como muitíssimo delicado o momento do Glorioso. Tenho apenas cerca de 40 anos de vivência, conhecimentos dos fatos e cobertura do dia-a-dia do clube. Vivi o Coritiba FC nos bons e nos maus momentos. Convivi com personagens marcantes e outros que pouco acrescentaram na vida do clube.
Tenho, sim, autoridade e razões para me manifestar.
Eu, com certeza, não quero ver o Coxa outra vez na segunda divisão do futebol brasileiro.
Não podemos, torcedor Coxa, deixar nas mãos de um funcionário que não conhece a história do clube (talvez não saiba até mesmo onde fica o bondinho da rua das Flores), a missão de "salvar" a lavoura.
Primeiro, o Coritiba FC precisa de um só diretor de futebol (pode ser remunerado), para fazer o papel de parceria/fiscalização/canal de ligação do vestiário com o presidente Rogério Bacellar.
Alguém com identidade com o clube e as coisas de Curitiba. Sou favorável aos nomes do Sergio Prestes da Silva e do Ademir Alcântara. Lembro da experiência do João Jacob Mehl e do Antonio Carlos Xavier também.
Isso implicará em limpar a casa. Começar do zero. Demitir também funcionários e gerentes inoperantes e já sabidamente nefastos ou sem competência para as funções. Ou está tudo bem no Alto da Glória?
Quanto a dispensa de Norberto, Rosinei, Walysson, Helder e a liberação do atacante Giva (que teve poucas oportunidades), talvez até valha pelo fato novo. Como uma espécie de mensagem ao elenco. Ou joga e mostra comprometimento ou sai.
Mas foi ridículo o diretor gaúcho Maurício Andrade ao citar que usou dados de um departamento da casa do chapéu que avalia o desempenho dos jogadores. Se o critério foi baseado em passes errados e indisciplina, ele poderia mandar pelo menos mais uns dez embora.
O presidente Bacellar (dialogando antes com o técnico Ney Franco) deve bater forte na mesa e colocar a casa em ordem. Com um novo e efetivo diretor de futebol, a tendência será mais animadora.
O time precisará ganhar do Santos (na Vila Belmiro) e do Palmeiras (no Couto) para tentar começar a escrever uma nova situação do Campeonato Brasileiro.
O Coxa é hoje um avião em voo cego. Mas que pode se salvar se conseguir manter "contato com a torre". São atitudes e decisões pontuais que poderão evitar a temível queda à série B.
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Quanto ao ex-camisa 10 Alex, mantenho a opinião que coloquei no último domingo no programa É-Esporte (TV Educativa). Ele foi o cara que decidiu a eleição. Não pode simplesmente se omitir e ficar de fora vendo o barco naufragar. Alex pensa diferente. Me passou um whats onde diz que "estou sendo injusto e apontando o dedo para o lado errado". Quando pergunto se ele não acha que deve agir e evitar a queda do clube, Alex é incisivo. "Sei o que é meu e o que não é. Sou agora apenas um torcedor e nada posso fazer". Que o torcedor - inteligente e conhecedor dos fatos - tire as suas conclusões.
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