Confabolando
Era o ano de 1993 e eu tinha apenas 11 anos. Lembro que acompanhava sempre os jogos e os gols nos canais televisivos. Além dos gols do Fantástico, a Bandeirantes naquele tempo ainda "o canal do esporte", também contribuia muito. Sobretudo com um programa chamado "Gol, o Grande Momento do Futebol". Foi ali que conheci diversos jogadores do passado mas que naquele época ainda eram do presente. Um deles era o baixinho Romário. Juca Kfouri costuma dizer que dentro da área, ninguém foi melhor do que ele. Que intimidade aquele rapaz baixinho, sempre com a número 11 nas costas, tinha com o gol.
Suas passagens pelo PSV, da Holanda, e pelo Barcelona foram impressionantes. Desde então sempre acompanhei com muito gosto os jogos do baixinho. Como não poderia deixar de ser diferente, alimentei o sonho de um dia vê-lo vestindo a camisa do Coxa em um jogo. No último sábado, 20, pude matar um pouquinho desta vontade. O gol de Marcos Aurélio poderia perfeitamente ser colocado, distraidamente, em meio a uma seleção de gols do outro baixinho que passaria desapercebido. Talvez a única coisa capaz de denunciá-lo fosse a camisa verde.
Marcos tem tudo para fazer deste lance um divisor de águas. No ano passado, quando foi apresentado como novo reforço do Cori, disse que já se sentia em casa e gerou grande expectativa na torcida que nunca abandona. Um bom começo de campeonato e o Coxa não conseguia vencer sem ele em campo. Mas com a chegada de Marcelinho Paraíba, Marcos foi aos poucos se retraindo. A expectativa criada em torno dele é perfeitamente justificável.
Nosso gigante de 1.68m é excelente jogador e só por isso a torcida espera dele atuações como a de ontem, quando incendiou o jogo e petrificou Gladstone com um lindo drible. Gols como o que marcou na primeira partida contra o Inter e no jogo contra o Náutico podem ser a regra. Marcos sabe jogar bola.
As pernas curtas, ligeiras e precisas são parecidas com as de Romário. O baixinho de lá é só um centímetro mais alto que o nosso. Mas ambos são rápidos, inteligentes e certeiros. Ontem, Marcos Aurélio, o número 20 do Coxa, teve a habilidade e rapidez do número 11 de Romário e a precisão no chute de um artilheiro de camisa "9". Que continue assim Marcos, tua identificação com o Clube e a torcida foi instantânea e teu talento é intrínseco e perene.
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