Confabolando
Uma manhã destas eu caminhava tranqüilamente ouvindo um podcast a caminho do trabalho. Tomei esta decisão. Preciso voltar a fazer exercícios. Mas esta é uma outra questão. O que é fato, no momento, e importante é que ao chegar próximo do Shopping Curitiba, distraído com a história da Operação Valkiria, levei um susto.
Eu descia a Visconde de Guarapuava e ao atravessar a Brigadeiro Franco fui surpreendido por uma figura gigante e imponente. Vestindo as cores do Coxa, olhei para cima e vi ele: Edson Bastos, o grande arqueiro Coxa-Branca.
Já estava atravessando a rua e ele vindo em minha direção. Travei. De repente uma insegurança, uma angústia, algo inexplicável tomou conta de mim. Meu inconsciente me fez voltar para o lado da calçada de onde eu vinha. Eu, no fundo, sabia o motivo: era impossível passar por Edson Bastos, quem dirá então passar batido.
Um goleiro intransponível, de grande carisma e liderança. Se para atacantes de renome e anos de treinamento já era algo extremamente difícil – transpor Edson Bastos - quem seria eu para passar por ele? Não consegui. Voltei para o outro lado da calçada.
Ele me olhou com estranheza, no fundo, parecia que já estava sabendo tratar-se de alguém que é seu admirador e que por puro respeito tinha a plena consciência que não conseguira passar por ele. Rapidamente o cumprimentei, me apresentei, desejei boa forte e lhe fiz os votos de confiança, já que em minha humilde opinião não há goleiro para atuar no Coxa com mais gabarito que Edson Bastos, o príncipe de Ébano, da dinastia do grande Jairo do Nascimento.
A comparação, aliás, é inevitável. Dois grandes goleiros, ambos com identificação com o Coritiba. Jairo, que segundo levantamentos dos Helênicos jogou 404 partidas pelo Coxa, também é o recordista de tempo na meta Coxa-Branca sem sofrer gols com 937 minutos invicto. Edson Bastos também tem uma marca considerável: 830 minutos sem sofrer gols.
Por tudo isso e muito mais, posso dizer com certeza que em 100 jogos fiquei sem medo de problemas com goleiros no Coxa. Justamente os 100 jogos que Edson Bastos completa na partida contra o Rio Branco de Paranaguá. Ao príncipe de Ébano a minha sincera homenagem e agradecimento pelos serviços prestados ao Coritiba e sua grande nação. E que muitas outras centenas de jogos ele defenda a meta Coxa-Branca, para que sem medo, possamos torcer pelo nosso Glorioso Verdão.
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