Confabolando
É preciso amor
Pra poder pulsar
É preciso paz pra poder sorrir
É preciso a chuva para florir
Tão logo acabou o sonho da Copa do Brasil começou a chover em Curitiba. As gotas de água que caíram sobre a fria capital terminaram por esfriar os ânimos dos torcedores que durante semanas alimentaram a possibilidade do Coritiba levar a Copa do Brasil em 2011, o segundo título nacional mais importante.
O Coxa esteve perto, muito perto do título. Mas ao mesmo tempo sempre manteve uma distância de garantir o caneco. As dificuldades apresentadas pela equipe em organizar seu jogo de forma mais consistente e transformar a superioridade em campo em gols em São Januário foram fatais. O Vasco mereceu o titulo por errar menos diante de uma equipe melhor e mais talentosa.
Os constantes erros de passes e finalização no primeiro jogo custaram o título, assim como o excesso de chuveirinhos no abafa final sem a menor perspectiva de um gol, um pelo fato que chuveirinho dificilmente gera oportunidades de gol e outra pelo fato da diferença de altura dos jogadores na área. A escalação errada de Marcelo Oliveira, o gol sofrido pelo gigante Edson Bastos e a insistência com Lucas Mendes na lateral esquerda. Tudo entra na conta dos erros cometidos pelo Alviverde que custaram tão caro ao torcedor do Coxa.
Contudo, seria no mínimo desleal acusar fulano ou beltrano pela falta do título. Edson Bastos, Marcelo Oliveira e todo o elenco que esteve representando ontem milhares de torcedores têm crédito. Muito crédito.
A campanha feita neste primeiro semestre pelo time Coxa já entrou para história, com ou sem título. A maior série de vitórias consecutivas do Brasil, goleadas em cima de goleadas, um time rápido, com futebol ofensivo e bonito de ver. Alia-se isso ao que normalmente marca as equipes do Alto da Glória: a raça. O resultado desta receita foi o que encantou o Brasil durante seis meses e tem tudo para seguir seu caminho, agora com 30 mil sócios, a terceira melhor marca do País.
As primeiras sementes da lavoura planejada pelo vice-presidente Vilson Ribeiro de Andrade foram colhidas de forma até precoce, segundo próprio homem forte do Coxa. Muito mais há por vir. Mas para isso também é necessária a contratação de reforços. Um time vice-campeão da Copa do Brasil e que tem como objetivo disputar os primeiros lugares de um longo campeonato como a Série A não pode ter apenas um atacante de área no elenco.
Em 2005, quando o Cori caiu dentro de campo, milhares de torcedores emocionados cantaram seu amor e orgulho de ser Coxa-Branca. Este sentimento continua crescendo a cada demonstração de compromisso e vontade como visto ontem. Coisa rara, difícil de entender. Amar, apoiar e defender seu time independentemente da situação não é para qualquer um.
Enquanto isso, a chuva continua caindo em Curitiba. Ela limpa a cidade dos sonhos e tristezas que restaram da Copa do Brasil, mas mais do que isso, começa a preparar espaço para um nova plantação que tem início já no domingo, contra o Botafogo no Engenhão. Uma lavoura que também depende de nós.
A opinião dos colunistas não refletem, necessariamente, a opinião do site.
Cada colunista tem sua liberdade de expressão garantida e assinou um termo de uso desse espaço.
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)